Você sabe como escolher a escola ideal para os filhos?

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Foto: FreePik.

Falta muito pouco para o fim das férias, e muitos pais ainda estão no processo de escolher a melhor escola para matricular os filhos. Nesse desafio é recomendável considerar várias questões, além do aspecto financeiro.

“A decisão deve sempre refletir as prioridades e os valores da família. Por isso, é importante ouvir as opiniões de vizinhos e parentes, pois essas experiências podem fornecer insights valiosos sobre a qualidade do ensino, o ambiente escolar e outros aspectos relevantes. Entretanto, cada família tem uma realidade, uma forma diferente de entender e compreender o mundo. Nesse sentido, pondere as informações e opiniões com os fatores individuais que são mais importantes para o bem-estar e o desenvolvimento educacional do seu filho”, orienta a pedagoga Claudia Saad.

A escola ideal deve estar relacionada com valores que ultrapassem a transmissão de conhecimento. “É essencial que ela promova o desenvolvimento integral do estudante, oferecendo um currículo que vá além do básico, estimulando a curiosidade, a criatividade e o pensamento crítico”, indica Claudia.

De acordo com a educadora, o sistema de ensino influencia diretamente na qualidade da escola. Por isso, deve estar pautado na diversidade de disciplinas, nas atividades extracurriculares, na abordagem de temas atuais. “Todos esses requisitos são indicadores de uma instituição comprometida com a qualidade e ao mesmo tempo com a formação integral do aluno”.

Ela enfatiza também a importância de ouvir as crianças, mesmo que, em última instância, a decisão final não dependa delas. “Além de serem incluídas no processo de decisão, quando participam da visitação da escola, por exemplo, podem sentir e identificar questões que não são evidentes aos olhos dos adultos e que podem ser consideradas no momento da escolha da escolha”.

Relacionamento e aprendizagem 

Outro ponto de destaque é o projeto pedagógico, que reúne a intencionalidade educativa da instituição, esclarecendo a organização, objetivos para a aprendizagem e, principalmente, como a escola irá trabalhar para atingi-los. “As famílias precisam ver se o que está escrito no papel se reflete no ambiente da escola”, ressalta Ana Paula Yazbek, mestre em educação pela Universidade de São Paulo (USP), acrescentando ainda ser interessante que a visitação ao ambiente escolar seja em horário normal de funcionamento para conhecer a equipe e os profissionais que respondem pelo ciclo que a criança irá frequentar, além da infraestrutura.

A escola também deve olhar para a integralidade das relações e das aprendizagens, de acordo com Ana Paula, além do compromisso com conteúdos específicos, que devem seguir as diretrizes curriculares da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e da Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Isso envolve considerar, segundo a educadora, o que ocorre dentro e fora da sala de aula, sobretudo “os modos de ser e de se relacionar com as pessoas e com o mundo, ou seja, valorizar a Educação Integral”.

Desse modo, um aspecto importante a ser observado pelos pais é o compromisso da escola com todos os estudantes, seja com os de alto desempenho ou com os que têm dificuldades de aprendizagem. “Existem alunos que são mais corporais, outros mais musicais e ainda aqueles intelectuais, e a escola deve valorizar todas essas competências”, defende Yazbek.

Ana Paula adverte que a mudança de escola deve ser planejada com o “intuito de proporcionar novas oportunidades de aprendizado para a criança, bem como explorar potenciais parcerias entre a família e a instituição de ensino. Portanto, é fundamental examinar cuidadosamente os prós e contras antes de tomar a decisão final, objetivando evitar uma mudança abrupta e impulsiva”.

Por fim, a educadora pontua sobre os momentos-chave de transição, como o fim da Educação Infantil, o início do Ensino Fundamental, a transição para o Fundamental 2 e o ingresso no Ensino Médio que muitas famílias consideram oportunos para avaliar a necessidade da mudança escolar. “Apesar disso, é importante entender que a mudança de escola é um processo gradual, e que optar por mudanças frequentes pode dificultar a consolidação de conquistas educacionais”, finaliza Ana Paula.

Por Patricia Scott 

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