Assistência aos presos

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Lamentavelmente o número de encarcerados aumenta de modo assustador, em conseqüência do crescimento da criminalidade que devasta nosso país, principalmente as capitais dos estados e as cidade com razoável número de habitantes, por desconhecimento da preciosidade que é o evangelho, autênticas boas novas de salvação. A maldade prolifera em todas as camadas de nossa sociedade, o que muito nos faz refletir sobre a nossa condição de sal da terra e luz do mundo.

Somente o poder do Senhor é capaz de reverter esse terrível quadro social, que nos atinge em proporção sempre ascendente. Não temos sido diligentes na pregação do Evangelho aos que se encontram nos cárceres em face de crimes praticados das mais diversas espécies, os quais poderiam alegar: nunca nos falaram de Cristo.

As nossas penitenciárias não têm espaço para receber mais condenados. Suportam um excesso de presos, na maioria das vezes recebem o dobro do que seria a lotação ideal, motivo pelo qual ocorrem constantes fugas e revoltas, o que assusta a todos os cidadãos brasileiros. Residir hoje perto de uma penitenciária constitui grande risco.

Igualmente, as delegacias de polícia estão repletas não só dos que foram capturados, como também daqueles que, embora condenados e até com sentença já transitada em julgado, nelas permanecem devido à falta de espaço nas penitenciárias. Oportuno é o ensinamento que temos na carta aos Hebreus, sábia orientação que nos traz o autor concernente à responsabilidade que temos em ajudar os que se encontram presos. Sua orientação é no sentido de que nos coloquemos no lugar do preso, isto é, pensemos em nós na condição de preso, sem ninguém que comparecesse para nos visitar. Vale a pena transcrever seus dizeres, que são os seguintes: “Lembrai-vos dos presos como se estivéssemos presos com eles, e dos maltratados, como se sendo-o vós mesmos também no corpo” (Hb 13.3).

Trata-se de um trabalho muito árduo, que por alguns irmãos poderia ser considerado desagradável, em face de se tratar de uma delegacia de polícia ou presídio. Pensamos que um bom começo para o empreendimento seria a partir da delegacia do bairro onde está situada a igreja, sendo que, nas cidades menores, ele se iniciaria na delegacia da própria cidade.

O irmão perguntaria: como principiar?

Cremos que o passo inaugural seria a criação desta importante diaconia, com abnegados colegas que se dispusessem a fazer o máximo para recuperação dos presos. Para isso, algumas providências deveriam ser tomadas:

1ª) Procurar de imediato o delegado ou autoridade policial responsável pelos que estão encarcerados e falar sobre a finalidade do trabalho a ser desenvolvido junto aos presos, no sentido de assisti-los espiritualmente, bem como em suas reais necessidades, no que tange ao problema que os levou à prisão;

2ª) Conhecer seus familiares e ajudá-los no que for possível durante o período em que os indivíduos permaneçam presos;

3ª) Traçar com a autoridade policial um plano de ação, afim de que os presos tenham contato com o Evangelho e sintam que estão perdidos espiritualmente, mas que Jesus Cristo pode libertá-los das garras satânicas;

4ª) Preparar um fichário daqueles o acessíveis ao contato, e de modo especial dos que se decidirem ao lado de Jesus, para que se mantenham firmes, porque o inimigo de nossas almas tentará, com tudo que lhe for possível, fazê-los retornar à senda do mal.

Recentemente, acompanhei através da televisão um impressionante testemunho do ex-bandido chamado Gregório “o gordo”. Ele dizia aos telespectadores que, pela presença do Diabo em sua vida, havia conseguido muita coisa, como traficar drogas, assaltar bancos, mulheres, plano de resgate para os que encontravam na Ilha Grande. Mas isso lhe custou muito caro, porque a condenação recebida era de várias dezenas de anos e Satanás exigia-lhe sempre o que possuía de mais importante, que era a sua alma.

Ouvia o Evangelho que lhe era pregado por sua sogra, a qual nas visitas que lhe fazia falava que Jesus era a solução para sua vida. Explicou que pouca atenção dava às pregações que ela lhe fazia. Certo dia, após cumprir 19 anos, alcançou o livramento condicional, chegou à realidade de que deveria mudar de vida, mas suas forças para tal transformação não eram suficientes, devido a insistência de Satanás, que o prendia com grilhões impossíveis de serem desfeitos.

Numa determinada noite resolveu ir à igreja evangélica. A ouvir a Palavra do Senhor, vieram da parte de Deus forças espirituais e conseguiu suplantar as garras satânicas. Falava-nos mais que o importante após sua conversão foi a boa atenção espiritual que recebeu, pois o inimigo passou a não ter mais força para segurá-lo.
Vários são os exemplos que conhecemos com a inegável contribuição de irmãos que se dispuseram a fazer esta importante obra. Sabemos das dificuldades que, por certo, enfrentaremos neste labor, estejamos cientes de que o Senhor estará conosco e vencermos as forças satânicas que estão ali, no cárcere, acorrentando os que praticaram atos delituosos, e o desejo que tem o Diabo de mantê-los debaixo de seus pés. Poderíamos dizer que a prisão constitui o local preferido de Satanás, e ele tudo fará para que a semente do Evangelho ali não penetre. Uma vez semeada, seu objetivo é arrancá-la do coração no qual se encontrar, para que ela não prospere.

Cabe-nos lembrar que muitos já estariam recuperados, ou melhor, o número de recuperados espiritualmente seria bem maior, se nós tivéssemos perfeita disposição para ajudá-los. Segundo aqueles que ali se encontram, não há lugar pior do que o cárcere. Mas também, exclamou um entrevistado, após aceitar Jesus Cristo como Salvador os encarcerados voltam à idade de bebê. Para eles a vida começa de verdade ao encontrarem a salvação.

Sei que muitas igrejas acham esta tarefa complexa, e que a pregação do Evangelho alcançaria mais êxito se nós a levássemos aos que estão livres da prisão, por isso, deixamos para essa área para ser evangelizada mais tarde. Tal pensamento, contudo, contraria o ideal de Jesus.

Nós diáconos que pertencemos a esse glorioso ministério, não nos esqueçamos de que recai sobre nossa instituição a responsabilidade de ajudar as pessoas, notadamente, as que se encontram separadas da sociedade, conforme nos manda a Palavra do Senhor.

Vemos esta diaconia como uma grande área a ser trabalhada. Muitos que se converteram atrás das grades hoje são diáconos, pastores, dão excelente testemunho do poder de Deus como transformador de vidas.

Fonte: JUERP

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