Desafio: Jovem fiel a Deus nas Universidades

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Foto: Freepik

No próximo sábado (30), é comemorado o Dia Mundial da Juventude. A data é uma oportunidade para a sociedade refletir sobre como os jovens estão se formando, dentro e fora das instituições de ensino. Para a juventude cristã, isso vai além. A base espiritual dos jovens é tratada com cuidado, porque neles está o futuro da igreja. E dentro desse universo de possibilidades, um item merece atenção especial: a vida acadêmica.

Isso porque é na faculdade que muitos jovens cristãos deixam a igreja. Na maioria das vezes, isso ocorre por falta de maturidade espiritual, associada ao pouco tempo de fé, além do bombardeio de ideologias pregado por professores que nem sempre colocam Deus em primeiro lugar. Nesse contexto, por exemplo, está o relativismo, onde não existem princípios bíblicos nem familiares, mas, sim, a opinião do “eu”, ou seja, a verdade seria “relativa” e dependeria da visão de cada um.

Atualmente, mais de 8,4 milhões de estudantes cursam o nível superior, sendo que 24% deles são em instituições públicas, segundo o Ministério da Educação (MEC). Desse total, 25% são de jovens com idades entre 18 a 24 anos, conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), baseados no Censo da Educação.

“Os maiores desafios enfrentados pelos jovens cristãos hoje, nas universidades, estão relacionados às ideologias partidárias e de gênero, à liberalidade em relação às drogas e ao sexo, ao ateísmo e à revolta familiar”, alerta o pastor Jorge Linhares, presidente da Igreja Batista Getsêmani e do Conselho de Pastores do Estado de Minas Gerais (CPEMG).

O pastor explica que a forma mais segura de um jovem cristão enfrentar a fase acadêmica sem se desviar dos princípios bíblicos é ter uma sólida base espiritual no seu dia a dia, fora dos muros da universidade.

“É importante que o jovem priorize as programações da igreja e se fortaleça, ampliando seus conhecimentos nas Escrituras e na oração, além da leitura de bons livros de autores evangélicos. Isso lhe dará base, inclusive, para confrontar algum professor com ideias contrárias aos seus valores”, afirma Linhares.

Ele lembra ainda que o jovem cristão pode ser uma luz em meio às trevas que circundam o mundo acadêmico. “O jovem cristão pode formar grupos de estudo da Bíblia, células dentro da faculdade. Pode ainda levar pastores, lideranças e personalidades religiosas para palestrarem lá. E até aproveitar o tempo livre na instituição para ouvir boas músicas cristãs e dar o testemunho”, orienta.

Para o pastor Maiquel da Silva Nunes, que é mestre em Teologia Aplicada, o ambiente universitário é cercado de desafios que, em sua maioria, mostram-se difíceis para os jovens cristãos. “Destaco dois: a tentação de manter sua fé em sigilo e a concessão de valores para ser aceito”, alerta.

Sobre a questão de não esconder a fé, o pastor Nunes ressalta que testemunhar em qualquer círculo da sociedade é evidência de uma fé amadurecida. “A luta é buscar um equilíbrio entre a bênção de ser luz e o exagero de ofuscar a fé. Para isso é preciso conhecer a Bíblia e imitar a convivência de Jesus. Somos chamados a ser testemunhas da verdade e não advogados de uma mensagem descontextualizada. É preciso dizer sem falar e ser muito mais do que parecer”, justifica.

O pastor faz questão de frisar que Deus coloca os jovens em determinados campos de atuação para que sejam luz a outras pessoas. “Qualquer cristão, universitário ou não, precisa assumir seu papel na história do mundo. Dizer que os compromissos lhe impedem de se envolver com a causa de Cristo é apenas uma atual desculpa para fugir da responsabilidade inerente à decisão de ser um cristão. Que melhor oportunidade para iluminar a vida de alguém onde todos estão em busca de respostas para a vida?”, conclui.

Bom exemplo

A estudante Gabriela Borges dos Santos, de 21 anos, está no sétimo período do curso de enfermagem. Ela é da região do Caparaó Capixaba, mas se mudou para Vitória, capital do Espírito Santo, para estudar. A universitária concilia a faculdade com diversas atividades que desempenha na Igreja Batista de Vitória (IEBV).

“Às terças-feiras, dedico minha tarde a um projeto social da igreja que leva alimentos a um hospital da Grande Vitória. Cozinho, distribuo as comidas na instituição de saúde e volto para participar do culto. Também ajudo na escala da Saúde e do Acolhimento, quando é preciso, e dedico os domingos a ir à igreja e me preparar para o ensino bíblico das crianças, pois sou professora no Ministério Infantil”, contou. 

Gabriela destaca que, apesar de o dia a dia ser corrido, ao dedicar tempo à igreja, ela se sente parte do Reino.

“Levo muito a sério as coisas do Senhor. Eu me organizo, eu me planejo e dedico meu tempo à igreja como se fosse um emprego para mim, mas que eu faço por amor. Vejo que muitas pessoas não têm muita responsabilidade porque não é um trabalho remunerado, mas eu tenho, porque sinto que eu estou fazendo parte do Reino. Na igreja, estou em comunhão com irmãos que creem no que eu creio e fazem o que eu faço. Eu sinto a igreja como se fosse minha família”, afirmou.

Por Cristiano Stefenoni

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