Os pescadores da época de Jesus – Pedro, André, Tiago, João e outros – tiravam do imprevisível mar o sustento da família. E, como a maioria dos pescadores, tinham as suas superstições. Ao ver Jesus que vinha ao encontro deles andando sobre as águas, os discípulos pensaram que estavam vendo um fantasma, e gritaram de medo (Mc 6.45-51).
No tempo dos apóstolos, havia uma crença de que se um pescador visse um fantasma no mar, o seu barco viraria, e todos os ocupantes morreriam. Era como se um habitante do mundo dos mortos viesse dar as boas-vindas aos recém-chegados. Não é à toa que ficaram assustados…
E você? Acredita em fantasmas? Eles existem ou não? É verdade que moram em cemitérios, assombram casas, arrastam correntes?
De certa forma, os fantasmas existem, sim. Eles existem dentro de nós: no nosso coração, na nossa mente, na nossa imaginação. E ali, na nossa cabeça, eles são muito reais, e tremendamente assustadores.
Nossos fantasmas são lembranças dolorosas de um passado que não conseguimos esquecer.
São temores ocultos de males que possam nos sobrevir. São desconfianças profundas que nos tornam inseguros e solitários. São expectativas catastróficas de coisas que acontecerão se ousarmos ser nós mesmos. São segredos guardados que machucam nossa consciência. São pecados que não confessamos e que guardamos ciosamente com medo de que alguém os descubra.
Os fantasmas são temores que abrigamos no mais íntimo do nosso ser, trancados no porão da nossa alma, e que, de vez em quando, escapam de lá e vêm assombrar os nossos passos.
Existe algum fantasma na sua vida?
Pr. Marcelo Aguiar
Colunista deste Portal