Restam pouco mais de 100 mil cristãos nas planícies de Nínive.
Um dos berços do cristianismo, o Iraque foi apresentado ao cristianismo já nos primeiros anos desta era e, segundo a tradição, o evangelho foi levado ao país pelo apóstolo Tomé, no caminho para Índia.
No início do século 20, os cristãos constituíam cerca de 30% da população. Pouco depois dos britânicos garantirem ao Iraque sua independência, em 1932, a população cristã caiu para menos de 8%.
O número de cristãos no Iraque diminuiu como resultado de uma violência sectária após a Guerra do Golfo e a invasão norte-americana nos anos 1990 e início do século 21. Na época da destituição de Saddam Hussein, em 2003, ainda havia mais de um milhão de cristãos no Iraque. Devido à guerra civil e o domínio brutal do Estado Islâmico no Norte, esses números diminuíram.
Hoje, restam pouco mais de 100 mil cristãos nas antigas áreas ocupadas pelo Estado Islâmico das planícies de Nínive e, se nada for feito, isso poderá diminuir para 23 mil até 2024, adverte o relatório “Vida após o Estado Islâmico – Novos desafios ao cristianismo no Iraque”, documento produzido por instituições que trabalham e apoiam cristãos no país.
“Isso moveria a comunidade cristã da categoria de “vulnerável” para a categoria crítica de “ameaçada de extinção””, afirmou o relatório.
Segundo o relatório, 36% dos cristãos nas planícies de Nínive disseram que estavam pensando em emigrar nos próximos cinco anos. Razões políticas e de segurança foram os principais fatores. Uma grande maioria disse que se sentia “insegura ou absolutamente insegura” (87%) e 67% “acreditavam que era provável ou muito provável que o Estado Islâmico ou um grupo semelhante retornasse nos próximos cinco anos”.
“Eu acho que a extinção de cristãos no Iraque é um perigo real que precisamos levar a sério. No entanto, existem muitas razões para os números cada vez menores”, disse Henriette Kats, analista de perseguição da Portas Abertas. (Fonte: Portas Abertas)