“Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: — Quem é o meu próximo? (Lc. 10.29).
Em conversa entre Jesus e um intérprete da Lei sobre o tema vida eterna, o intérprete mostra que conhece o maior de todos os mandamentos: “A isto ele respondeu: — “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento.” E: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” (Lucas 10:27).
Após a resposta, a declaração de Jesus deve chamar nossa atenção: “Então Jesus lhe disse: — Você respondeu corretamente. Faça isto e você viverá”. (Lucas 10.28).
Tudo nesse diálogo precisa chamar a nossa atenção. Primeiro, deve chamar sua atenção o fato de o intérprete da Lei saber/conhecer o mandamento do amor. Ele sabe, mas não põe em prática. Jesus é muito contundente nessa percepção de que ele não é um praticante: “Faça isso e você viverá” (Lc. 10.28) – “Então Jesus lhe disse: — Vá e faça o mesmo” (Lucas 10.37).
Amar não é teoria, amar é prática. Uma das traduções para amor é caridade. Caridade é o amor em ação.
Não devemos realizar nada sem amor. Não podemos amar e não fazer nada. “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, isso de nada me adiantará”. (1 Coríntios 13.3).
O mandamento do amor é muito direto: “Ame o seu próximo”. Quem é o meu próximo?
A expressão “próximo” não se refere apenas a pessoas próximas geograficamente ou aqueles com quem temos uma relação pessoal íntima. Na verdade, abrange todas as pessoas ao nosso redor, independentemente de sua origem, cultura, religião ou qualquer outra característica.
O “próximo” pode incluir familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, pessoas que encontramos no nosso dia a dia e até mesmo aqueles com quem não temos nenhum tipo de relação direta. Pode se estender a pessoas de diferentes comunidades, culturas e até mesmo a desconhecidos que possam necessitar de auxílio ou compaixão.
Um Samaritano (Lc 10.33), viajando na estrada de Jerusalém para Jericó (Lc. 10.30), é o único que se mostrou capaz de expressar compaixão e misericórdia por um estranho que estava em seu caminho. Um estranho na estrada, esse foi o “próximo” em relação ao Samaritano e as suas ações são a melhor expressão do que seja amor em ação.
Quando você fizer novamente a pergunta, lembre-se que o “próximo” abrange toda a humanidade. Não se limita apenas ao círculo íntimo, mas a todos os indivíduos com os quais compartilhamos este mundo. O mandamento de amar ao próximo nos desafia a ampliar nossa compaixão e cuidado para além dos limites pessoais e a tratar todos com respeito, empatia e bondade, e acima de tudo, compartilhar com todas as pessoas o amor de Deus.
Três pessoas passaram pelo homem que estava caído abeira do caminho. A pergunta de Jesus foi a seguinte: “— Qual destes três lhe parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões? O intérprete da Lei respondeu: — O que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: — Vá e faça o mesmo”. (Lucas 10.36,37).
No seu caminho de todos os dias está o seu próximo, use de misericórdia e compaixão para com ele. É assim que você deve colocar em praticar o amor.
Pr. Carlos Elias de Souza Santos