Os Batistas brasileiros comemoram o Dia do Pastor no segundo domingo de junho. Nada mais justo dedicarmos um dia para homenagear àqueles que dedicam suas vidas pastoreando o rebanho de Deus. Sabemos que nos dias atuais a figura do pastor não é tão bem vista, haja vista pelos escândalos que surgem a toda hora em nosso meio. Existem lobos travestidos de pastores que agem como mercenários, extorquindo as ovelhas se locupletando delas.
O apóstolo Paulo, ao escrever a seu filho na fé Timóteo, diz: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Tm 2.15). Tendo observado a vida do saudoso pastor Nilson do Amaral Fanini, tive o privilégio de ser pastoreado por este homem, e de outros pastores que compaixão e ardor se tornaram exemplo para os fiéis, quero pensar o que significa ser um pastor aprovado.
Em primeiro lugar, pastor aprovado tem paixão de pregar e ensinar a Palavra de Deus. Olhava magnetizado para o pastor Fanini e via sua paixão em pregar e ensinar a Palavra, mesmo vindo cansado das cruzadas evangelísticas. Assim como John Wesley, ele era o homem de um único livro (Bíblia). O pastor precisa ser um ávido estudante da Palavra. Deve estudá-la, e transmiti-la no poder do Espírito Santo de Deus. O pastor precisa também deleitar-se na Palavra, tendo-a como alimento para a sua vida cotidiana.
Em segundo lugar, pastor aprovado tem paixão em ganhar almas para Cristo. Por 15 anos fui pastoreado pelo pastor Fanini, e ele era notabilizado por ser um exímio ganhador de almas. Em nosso meio criou-se uma máxima de que so mente ovelha gera ovelha. Não é verdade. Pastor também gera ovelha porque ele também deve ser um evangelista (II Tm 4.5). Como pastores não podemos ficar encastelados em nosso gabinete somente estudando, sem ser o exemplo para o rebanho nesta área. Precisamos como obreiros desempenhar este papel tão importante, que é o de evangelista. Temos de ter paixão pelas almas.
Em terceiro lugar, pastor aprovado busca ser fiel e não popular. Em muitas ocasiões vi o saudoso pastor Fanini sozinho, de joelhos orando. Ele entendia que vida com Deus precedia o serviço a Deus. Por ser um homem de oração conseguiu prevalecer diante dos homens.
Com muita tristeza que vemos pastores correndo atrás da popularidade e não da fidelidade a Deus. Deus não nos chamou para sermos populares, mas para sermos fiéis. A fidelidade a Deus muitas vezes vai nos custar um preço elevado, entretanto, importa obedecer a Deus do que aos homens.
Em último lugar, pastor aprovado ama e se dedica ao rebanho de Deus. No dia 05 de fevereiro deste ano, completei quinze anos de ministério à frente da Igreja Batista do Paiva. Tenho um enorme prazer de fazer parte desta comunidade que tanto amo. Aprendi amar a Igreja pelo exemplo que tive. O pastor Fanini amava sua Igreja. Amava seu rebanho e dedicava-se integralmente as suas ovelhas. O pastor dedicado visita suas ovelhas, orienta, aconselha e está junto às ovelhas. A Igreja não é um peso para ele e ele, por sua vez, não é um peso para as ovelhas.
Ore pelo seu pastor. Existem pastores que estão gemendo na obra por conta de rebeldia das ovelhas. Pastores precisam de oração. Mesmo tendo pastores que não honram o chamado de Deus, existem aqueles que são fiéis, que amam a Deus e a Igreja, que exercem a vocação com esmero. Para estes, a homenagem é mais do que justa.
Pr. José Manuel Monteiro Jr.