Nossa união com Cristo

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Foto: Reprodução.

Por causa da desobediência a Deus de uma só pessoa, muitos se tornaram pecadores. Mas, por causa da obediência de uma só pessoa a Deus, muitos serão declarados justos. (Romanos 5:19 – NVT).

A Doutrina da nossa união com Cristo, que nós comumente chamamos de nossa inclusão na morte e ressurreição em Cristo ou de Novo Nascimento, é a principal da Bíblia, pois sem o novo nascimento, sem a regeneração, sem ser unidos a Cristo não existem outras doutrinas bíblicas.

A raça humana descendente de Adão, o primeiro homem, está coletivamente unida a ele. Pecamos juntamente com Adão, morremos espiritualmente com Adão, fomos separados de Deus por causa do pecado de Adão. Quando Adão pecou toda a humanidade que estava geneticamente nele pecou.

Adão e Eva gozavam de uma comunhão um com o outro, mas não desfrutavam de uma união. Eram pessoas diferentes que conviviam juntas com objetivos comuns, mas com divergência de pensamentos e talvez até de informações. Não havia união entre o casal, e também não havia união com o Criador. Eles gozavam de uma comunhão que poderia ter sido eterna, caso comessem da árvore da Vida. Por não estarem unidos a Deus, eles comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal e, dessa forma, foram expulsos do jardim e da comunhão com seu Criador.

Existe uma má compreensão do que significa comunhão e união. Comunhão significa que duas ou mais pessoas têm algo ou alguma coisa em comum. Elas têm harmonia, mas também são dissonantes. Uma pode pensar de uma forma, e a outra de maneira diferente. Elas podem concordar ou discordar, ceder ou manter-se firme em seu pensamento ou propósito e continuar em comunhão.

Já a união é algo mais profundo, mais harmônico, pois os interesses são comuns. A vontade de um é a vontade do outro. Os pensamentos, desejos e interesses estão submissos ao melhor para o coletivo. Na união, um está ligado ao outro, são um só, mesmo sendo distintos. O todo se torna homogêneo. Pense em um concreto: a pedra, a areia, o cimento e a água, separados exercem força e finalidades diferentes em muitos projetos, mas, quando unidos, misturados, amalgamados, eles se unem de tal forma que, para separá-los, depois de secos, é preciso destruir todos eles.

É justamente isso que Cristo fez na Cruz do Calvário. Ele se identificou conosco; Ele nos atraiu e nos uniu a Ele em Sua morte, em Seu sepultamento e na Sua ressurreição. Aqueles que foram nascidos do alto, estão unidos a Cristo, e é isso que Deus quer de nós, é assim que a santificação vai nos conformando a Cristo.

Aquele que não está unido a Cristo está separado e em rebeldia contra Deus. Qual a solução, qual a cura para essa realidade do homem? A cruz. Pela desobediência de Adão fomos unidos a ele e condenados à separação eterna de Deus. Pela obediência de Cristo, os que foram dados pelo Pai a Ele, receberam o privilégio de serem feitos filhos de Deus, e agora estão unidos e selados para uma eternidade gloriosa.

Alguns de nós são judeus, alguns são gentios, alguns são escravos e alguns são livres, mas todos nós fomos batizados em um só corpo pelo único Espírito, e todos recebemos o privilégio de beber do mesmo Espírito (1 Coríntios 12:13 – NVT) . Tudo que Deus tem para nós está na pessoa de Cristo. Se não estamos unidos a Cristo, não podemos usufruir de qualquer benção espiritual.

A nossa união com Cristo é um assunto de suma importância para o cristão. Precisamos não somente conhecer essa doutrina, mas vivê-la e anunciá-la a todos que nos cercam. Nossa mente e coração estão unidos a Cristo e, em breve, receberemos um corpo glorificado, semelhante ao de Jesus Cristo ressurreto, para então passarmos a eternidade conhecendo aquele a quem fomos unidos.

Quando fomos batizados em Cristo na sua morte, em seu sepultamento e em sua ressurreição, fomos unidos a Ele. De Cristo fomos revestidos, por isso não temos mais comunhão com o pecado. Esse batismo não é o batismo das águas. Paulo usa essa palavra batismo no sentido figurado, para falar que estamos inseridos, imersos, colocados em Cristo.

Isso é um milagre, é um mistério que só pode ser revelado pelo Espírito Santo de Deus, a nossa união mística com Cristo. Mística porque é sobrenatural, sem explicação compreensível por mentes pequenas como a nossa. De forma milagrosa participamos espiritualmente da morte de Cristo há 2.000 anos. Estamos unidos a ele em sua morte e ressurreição. Agora a nossa identidade não é mais natural, mas espiritual.

O Deus, criador de todas as coisas, veio ao mundo: nasceu, viveu e morreu na cruz para se identificar conosco. Seria injusto – pois Deus é justo – Ele estralar os dedos e pôr fim em Satanás… Ele enviou Cristo para, como homem, na fragilidade da carne, vencer aquele que tinha o poder da morte…

Em Cristo não há distinção de raça, cor, posição social, cultural, pois fomos tornados um com Cristo. Se confessamos que estamos unidos a Cristo, como poderemos viver no pecado? Isso é impossível.

Logo, todo aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou, e uma nova vida teve início! E tudo isso vem de Deus, aquele que nos trouxe de volta para si por meio de Cristo e nos encarregou de reconciliar outros com ele. Pois, em Cristo, Deus estava reconciliando consigo o mundo, não levando mais em conta os pecados das pessoas. E ele nos deu esta mensagem maravilhosa de reconciliação. (2 Coríntios 5:17 – NVT)

Nossa real comunhão com Deus só pode acontecer mediante a nossa união com Cristo. Deus não tem comunhão com o pecador, mas com o justificado em Cristo que foi reconciliado por meio de uma tão grande salvação.

Por Marcos Peixoto

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