O apóstolo Paulo escreveu: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Coríntios 15.55). Qualquer pessoa que esteja enlutada pela morte de alguém profundamente amado dirá que “aguilhão” dificilmente começa a descrever a dor.
E o Natal frequentemente aumenta essa dor. Certas decorações lembram mãos que jamais seguraremos novamente. Reuniões tornam visíveis ausências preciosas. Vozes doces agora silenciadas ecoam em nossas memórias enquanto cantamos ou compartilhamos histórias.
Mas isso não é algo ruim. Na verdade, o Natal é um bom período para o luto. Porque o sofrimento tem uma maneira de perturbar fantasias absurdas e direcionar-nos para tudo o que o nascimento de Jesus representa: a destruição da morte (1 Coríntios 15.26).
O aguilhão de que Paulo fala não é o luto. Ele conhece “tristeza sobre tristeza” (Filipenses 2.27). Ele está falando sobre algo muito pior: Condenação.
“O aguilhão da morte é o pecado” (1 Coríntios 15.56) porque “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23). E a morte física dificilmente pode descrever essa morte. Como todos nós, Paulo teria preferido não morrer fisicamente (2 Coríntios 5.4). Mas ele sabia que morreria (2 Timóteo 4.6). A morte da qual Paulo dedicou sua vida tentando salvar as pessoas era a morte espiritual.
A principal preocupação de Paulo era a “indignação e a ira” (Romanos 2.8) que as pessoas experimentariam se permanecessem “ante o tribunal de Cristo” (Romanos 14.10), ainda em seus pecados (1 Coríntios 15.16-20). Ele acreditva que a pior coisa que um ser humano poderia experimenter é ser “amaldiçoado e separado de Cristo” (Romanos 9.2). Ele acreditava em Jesus, que disse:
não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo. (Mateus 10.28).
Essa é a preocupação principal da vida. Devemos nos reconciliar com Deus (2 Coríntios 5.20) e ter nossa sentença do inferno cancelada (Colossenses 2.14). E a única maneira de fazer isso é receber o dom gratuito de Deus, que é o perdão dos pecados e a vida eterna por meio do seu Filho, Jesus (Romanos 6.23).
É por isso que Jesus veio. Todo o propósito de seu nascimento era morrer,
para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. (Hebreis 2.14-15).
Mas não apenas para morrer. Jesus nasceu para ressurgir dos mortos (Apocalipse 1.18). Ele é a Ressurreição e a Vida e quem nele crê “ainda que esteja morto, viverá” (João 11.25).
Quando Jesus nasceu em Belém, foi a aurora da destruição da morte. Isso tornou possível o iminente tempo em que,
Ele aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor DEUS as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o SENHOR o disse. (Isaías 25.8).
Se você está enlutado neste Natal, então saiba que o que você experimenta é um grande elemento do Natal. Jesus veio para lidar com seu luto. Ouça com ouvidos revigorados o evangelho do anjo: Que Jesus veio para nos salvar dos nossos pecados (Mateus 1.21). E se o pecado é removido, os dias da morte estão contados e suas lágrimas contadas (Salmo 56.8) serão enxugadas.
Que a Ressurreição e a Vida inspire seu luto natalino com esperança. (1 Tessalonicenses 4.13).
Por Jon Bloom – Extraído