IBGE: Número de evangélicos cresce e de católicos diminui

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Os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (06/06) pelo IBGE, revelam mudanças importantes no cenário religioso brasileiro. Um dos destaques do Censo é o crescimento expressivo da população evangélica: em 2010, esse grupo representava 21,7% dos brasileiros. Doze anos depois, já são 26,9%. Segundo o levantamento, 56,7% dos brasileiros se identificam como católicos, mas esse grupo teve queda de dez pontos percentuais em 12 anos.

Entre os estados, o Acre se destaca como o mais evangélico do Brasil, com 44,4% da população, e o Piauí mantém a maior proporção de católicos, com 77,4%. A maioria dos evangélicos está entre os pré-adolescentes (31,6%).

A pesquisa confirma que católicos e evangélicos continuam sendo a maioria da população, mas mostra uma tendência clara: o crescimento dos evangélicos, especialmente entre os mais jovens, e a diminuição gradual da população católica.

A pesquisa também mostra que a maior concentração de católicos está no Nordeste, onde 63,9% da população segue essa tradição religiosa. Já os evangélicos têm presença mais forte no Norte (36,8%) e no Centro-Oeste (31,4%).

Evangélicos crescem e católicos diminuem

Os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo IBGE, revelam mudanças importantes no cenário religioso brasileiro. Um dos destaques do Censo é o crescimento expressivo da população evangélica: em 2010, esse grupo representava 21,7% dos brasileiros. Doze anos depois, já são 26,9%. Segundo o levantamento, 56,7% dos brasileiros se identificam como católicos, mas esse grupo teve queda de dez pontos percentuais em 12 anos

Esse avanço também reflete a atuação intensa das igrejas evangélicas no campo da evangelização, da ação social e da presença nos meios de comunicação. Enquanto isso, o número de católicos vem diminuindo gradualmente, sobretudo entre as gerações mais novas. Entre os brasileiros com mais de 80 anos, 72% ainda se declaram católicos, mas essa proporção cai nas faixas etárias mais jovens.

Outro dado importante é o aumento do número de pessoas que se declaram sem religião, além da diversidade de crenças que compõem o mosaico religioso brasileiro. Umbanda e Candomblé, por exemplo, cresceram de 0,3% em 2010 para 1% da população em 2022. Já a religião espírita teve uma leve queda, e as demais tradições religiosas mantêm percentuais estáveis.

Ritmo mais desacelerado

O demógrafo José Eustáquio Alves, ao comentar os dados do Censo Demográfico 2022, destacou que a transição religiosa no Brasil segue em curso, embora em um ritmo mais desacelerado do que o previsto anteriormente. Ele revisou suas projeções, que indicavam a ultrapassagem do número de evangélicos em relação aos católicos por volta de 2032, postergando esse marco para 2049.

A mudança aponta para uma persistência da hegemonia católica por mais tempo, refletindo uma dinâmica mais lenta nas mudanças de filiação religiosa do que a observada nas últimas décadas.

Apesar de a maioria da população brasileira ainda se declarar cristã, os números apontam para uma expressiva fragmentação interna desse grupo. Segundo Alves, esse cenário já era esperado, pois vem crescendo o contingente de pessoas que se dizem sem religião, bem como os adeptos de religiões não cristãs, como o budismo, o hinduísmo e as tradições de matriz africana.

A multiplicação desses segmentos aponta para uma diversificação do campo religioso brasileiro, marcada por novas formas de pertencimento e por uma busca espiritual que se afasta dos grandes blocos institucionais tradicionais.

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