Mais que felizes

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Discute-se muito hoje o conceito de FELICIDADE. No mundo, ele está ligado a sentir-se bem, realização pessoal, familiar; ter dinheiro suficiente para lazer, entretenimentos. Tem a ver com a qualidade de vida e a busca do prazer pelo prazer. Mas, as pessoas bem-a­venturadas, mais que felizes, segundo o ensino de Jesus, estão contidas no contentamento e absolutamente descolados do poder das coisas visíveis, ou seja, estão livres das compulsões ditadas pelo “deus do entretenimento” e pelo sistema chamado mundo.

As pessoas que vivem os ensinos de Jesus neste mundo realmente são mais que felizes. Na verdade, são as que receberam o novo coração, experimentaram o novo nascimento, a crucificação e morte do velho homem, e ressuscitaram com Cristo Jesus para viverem a Sua vida como sal da terra e luz do mundo (Romanos 6.1-11; II Coríntios 5.17; Colossenses 3.1-4; Mateus 5.13-16). Agora, elas não têm mais um coração de pedra, incrédulo, insensível, mas um coração de carne, de fé, amo­ roso, sensível, misericordioso, solidá­rio, sendo obedientes aos ensinos do Mestre. Essas pessoas são aquelas que aprenderam a viver contentes em toda e qualquer situação (Filipenses 4.11-13).

São muito felizes as pessoas que estão submissas ao ensino de Jesus Cristo (Mateus 5.1,2). Este ensino transformou seus corações, renovou suas mentes, suas forças, e lhes deu uma cosmovisão cristã. Agora, elas têm o espírito de sabedoria e discerni­ mento (Efésios 1.17). Andam como Jesus andou (I João 2.6). A sua maneira de viver é caracterizada pela mansidão e humildade (Mateus 11.29). As suas ações e reações estão em conformidade com os ensinos do Mestre. Permanecem em Cristo Jesus e dão muito fruto (João 15.5).

Desprovidas de qualquer orgulho espiritual, as pessoas mais que felizes são humildes de espírito, pois reconhecem as suas debilidades, fraquezas, frustrações e limitações (Mateus 5.1­ 12). Têm consciência da sua miserabilidade (Romanos 7.24). Como ensina Martin Lloyd Jones: “Elas têm a consciência de que nada são, que nada têm, olhando para Deus em total submissão a Ele, e dependem inteiramente de Sua misericórdia, de Sua graça”.

Mais que felizes são os que confiam na Pessoa e Obra de Cristo (João 6.68,69). Elas contemplam o Senhor Jesus Cristo, vendo-0 conforme Ele está revelado nos Evangelhos. Reconhecem as suas carências. Podem afirmar com muita segurança; “Nada trazemos em nossas mãos; Só na tua cruz nos agarramos. Vazios, desamparados, nus e vis. Entretanto, o Senhor é Todo-Suficiente – Sim, tudo quanto nos falta em Ti encontramos. Oh, Cor­ deiro de Deus, nos achegamos a Ti!” (Lloyd-Jones).

Como pessoas muito felizes elas creem na suficiência das Escrituras. Pedro, o pescador, depois de uma pescaria malsucedida, recebe a ordem do Mestre para lançar de novo as redes ao mar. Isto fazendo, pegou uma grande quantidade de peixes, ao ponto de romper as redes e precisar da ajuda de outro barco (Lucas 5.5-7). As pessoas que encontraram a satis­ fação em Cristo Jesus são realmente bem-aventuradas ou mais que felizes.Elas não vivem mais presas pelas circunstâncias, mas na dependência de Cristo Jesus, pela fé. Essas pessoas são desapegadas dos bens materiais, títulos, reconhecimentos, prêmios, cargos e das honras deste mundo. A sua riqueza é invisível e está preparada por Cristo Jesus antes da fundação do mundo.

Para as pessoas mais que felizes “o viver é Cristo e o morrer, lucro” (Filipenses 1.21). Elas têm a certeza da vida eterna (João 5.24; 10.28). São providas de consciência vocacional e têm prazer em servir. Suas metas são arrojadas. Seus sonhos estão alinha­ dos com os ensinos de Cristo Jesus. A graça de Cristo basta para elas, pois o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza (II Coríntios 12.9,10). Os seus lábios cantam a vitória de Cristo Jesus sobre a morte, ressurreto dentre os mortos (Mateus 28.1-20; 1 Coríntios 15.1-5). Por esta razão, os cristãos são otimistas, assertivos, prestativos, criativos e proativos. Os seus corações descansam na fidelidade do Pai. O seu prazer é a lei do Senhor e nela medita dia e noite (Salmo 1.1-3). A paz de Cristo é o árbitro em seus corações (Colossenses 3.15). A gratidão e a alegria são duas notas muito fortes na música das suas almas satisfeitas em Deus (I Tessalonícenses 5.18; Filipenses 4.4). A glória de Deus é o seu maior alvo e o seu maior prazer.

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal  

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