Quando eu era criança, não gostava muito do primeiro dia de aula. Meu único consolo na volta às aulas era poder usar cadernos novos. Gostava do cheiro deles, do fato de que estavam limpos, das suas páginas imaculadas, do detalhe de que nada havia sido escrito em suas linhas. O problema, naturalmente, era que eles não ficavam assim por muito tempo. Em poucas semanas já haviam se transformado em cadernos iguais aos que eu tinha antes.
Se não tomarmos cuidado, o mesmo acontecerá com o ano novinho em folha que o Senhor está nos concedendo. Sempre começamos um novo ano tomados de otimismo. O seu frescor e a sua novidade nos enchem da esperança de que grandes coisas irão acontecer. Infelizmente, isso não costuma durar muito. Nossa falta de determinação e santidade logo fazem com que a rotina prevaleça. E assim se passa o ano novo, e assim se passa a nossa vida…
Olavo Bilac, no poema “O Tempo”, já dizia: Sou o tempo, que passa, que passa / sem princípio, sem fim, sem medida! / Vou levando a ventura e a desgraça, / vou levando as vaidades da vida! / A correr, de segundo em segundo, / vou formando os minutos que correm… / formo as horas que passam no mundo. / formo os anos que nascem e morrem. / Ninguém pode evitar os meus danos, / vou correndo sereno e constante; / desse modo, de cem em cem anos, / formo um século e passo adiante. / Trabalhai, porque a vida é pequena, / e não há para o tempo demoras! / Não gasteis os minutos sem pena! / Não façais pouco caso das horas!
Como será 2021? Bem, ele não será muito diferente dos anos que se passaram, a menos que façamos algumas mudanças em nossa vida. E elas não podem ser típicas “resoluções de ano novo”, daquelas que são abandonadas depois de poucas semanas! Receber um novo ano das mãos de Deus é um grande presente. É como receber um caderno em branco. Cuidemos bem dele. Escrevamos coisas boas em suas linhas.
Como será o seu ano novo? Que ele seja um tempo de crescimento e de vitórias, para honra e glória de Jesus!
Pr. Marcelo Aguiar
Colaborador deste Portal