Vivendo para a glória de Deus

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“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. (2 Coríntios 5. 15).

Paulo, neste versículo, está falando sobre a morte e a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo e o impacto dessa morte na vida de todos os homens.

Quando Paulo fala “dos que vivem”, ele pensa inicialmente na simples circunstância de que aqueles que estão mortos em seus delitos e pecados (espiritualmente), de alguma forma, de fato vivem (fisicamente). O juízo do filho de Deus, sofrido vicariamente no Calvário traz como consequência que agora é tempo de graça para todo o mundo, que ainda fomos deixados “vivos” e por isso, como “os que vivem”, podemos ouvir a mensagem e aceitá-la (até mesmo recusá-la).

Contudo quem aceita a mensagem torna-se alguém “que vive” em um sentido completamente novo (é uma nova criatura). A pessoa compreende que mereceria a morte eterna e que somente possui a vida, que é vida eterna, por intermédio da ação vicária de Jesus. Nessa descoberta abre-se para ela uma direção completamente nova para a vida. Uma vida que se deve exclusivamente à morte de outra pessoa não pode mais pertencer a si mesma, mas apenas àquele que na realidade a viabilizou por meio de sua morte. Isso significa que a vida do cristão pertence a Cristo.

A verdade é que morremos em Cristo, e por causa dele, fomos feitos uma nova criatura (2 Co 5. 17). Pelo fato de que por princípio vivem “os que morreram juntamente com Cristo”, já não podem afirmar-se a si mesmos nem levantar reivindicações ou fazer valer supostos direitos. Isso foi passado para quem “morreu”. Como “os que vivem com Cristo”, no entanto, precisam de um conteúdo e alvo para toda a sua existência e atuação.

Em que poderia consistir esse alvo senão unicamente naquele “que por eles morreu e ressuscitou”? Pelo fato de ter sido “ressuscitado”, ele está, como o que vive, tão presente para eles que eles podem viver por ele, na entrega a ele, no serviço por ele. Essa vida nova, desinteressada, entregue a Jesus, é o verdadeiro alvo do amor do Cristo. A redenção do juízo justo de Deus é obviamente a poderosa premissa que precisava ser criada por meio desse empenho. Mas o apóstolo não para nesse ponto. Afastar a perdição não é a questão última e essencial. Ele vislumbra a nova existência, o verdadeiro fruto da atuação de Cristo: que todo aquele que nasceu de novo viva para a glória de Cristo Jesus.

Como viveremos para a Glória de Cristo? Porque Cristo morreu por nós, agora devemos viver para ele. Isso é serviço. É através do seu serviço que todo cristão glorifica a Deus. O Salvador não morreu por nós para vivermos uma vida egoísta e centrada em nós mesmos, mas morreu para vivermos para ele.

Cristo morreu, sua morte no calvário, para que vivêssemos com ele (5.16). Antes conhecíamos a Cristo pelas luzes da nossa razão ou pela intuição do nosso espírito. Agora, conhecemo-lo pela sua própria revelação. Isso é comunhão.

Viver para a glória de Cristo é com certeza uma vida de comunhão e serviço que glorifica a Deus.

Todo cristão não pode mais viver para si, precisa necessariamente viver para a Glória de Deus. Soli Deo Glória!

Pr. Carlos Elias de Souza Santos

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