Visão e Ação

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“A visão transcende ao tempo. Os verdadeiros visionários têm muitos pontos em comum, sem importar a época em que vivem” (George Barna)

No seu chamado para o ofício profético, Isaías teve a visão da majestade de Deus, de que o Senhor estava as­ sentado sobre um alto e sublime trono (Isaías 6.1,2). Foi uma visão impressionante e estarrecedora para o profeta. Ele pôde contemplar a santidade (per­ feição absoluta), a soberania (poder absoluto) e a majestade (beleza absoluta) de Deus. Também teve a visão, por graça e misericórdia de Deus, dos anjos adorando o Criador e Sustentador de todas as coisas (6.2,3). Essa experiência marcou profundamente a vida do profeta, impregnando seu ser para o exercício do profetismo em Israel.

A visão do profeta e seu chamado nos levam a algumas percepções: Primeiro: Deus sempre se revela em Seu grande amor. Deus é amor (I João 4.8). Segundo: Deus chama homens e mulheres comuns para um trabalho extraordinário, a partir de uma visão clara, inequívoca de Sua santidade. Terceiro: Deus não chama as pessoas com base em seus méritos, mas com base em Sua soberania, santidade e graça. Quarto: a visão do profeta não foi meramente contemplativa, mas com vistas a ações efetivas. Quinto: diante da visão de Deus e de Sua soberana vontade, não temos alternativa senão a obediência.

No cristianismo autêntico, a visão fatalmente leva à ação. Depois da visão e purificação, Isaias disse ao Senhor: “Aqui estou eu, envia-me” (6.8). A nossa visão de Deus nos impulsiona a agir em Seu tempo e conforme Seu caráter. Cristianismo não é matéria filosófica e contemplativa, mas experiencial e consequentemente prática. Após o milagre da pesca maravilhosa, realizado pelo Mestre, Pedro, Tiago e João deixaram as suas redes, deixaram tudo, para O seguirem (Lucas 5.11). Saulo de Tarso, agora convertido, “passou a pregar Jesus nas sinagogas, dizendo ser ele o Filho de Deus” (Atos 9.20). Agora já calejado em seu ministério profícuo, testemunha aos pastores de Éfeso, dizendo: “Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu complete minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24).

O Senhor nos chama à meditação na Sua Palavra, na Sua Revelação escrita, visando a sua aplicação em nossas vidas e em nosso trabalho. Este é o ensino paulino em II Timóteo 3.16-17: “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; a fim de que o homem de Deus tenha capacidade e pleno preparo para realizar toda boa obra”. A nossa visão madura das Escrituras nos leva fatalmente à prática dos seus ensinos. A visão tem a ver com a mente e a ação com o coração. Há no cristão genuíno coerência entre visão e ação. Entre o ser e o fazer. O sentir e o falar. Jesus ordenou aos Seus discípulos: “Levantai os olhos e vede os campos que já estão prontos para a colheita” (João 4.35). Precisamos ter a visão das pessoas perdidas para lhes pregarmos o evangelho de Cristo, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1.16).

Que tenhamos a visão do Reino de Deus! Que ajamos no poder do Espírito Santo (Atos 1.8). Não nos cansemos de fazer o bem. Que a visão de Deus seja a nossa visão. Que as coisas que quebrantam o coração de Deus, quebrantem o nosso coração (Pierce). Que a visão da majestade de Deus, a visão da nossa condição pecaminosa, a vi­ são do perdão de Deus em Cristo, a visão das necessidades das pessoas e a nossa consequente ação, sejam reais em nossas vidas para a salvação dos perdidos, a edificação da igreja de Jesus e a glória de Deus Pai.

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal 

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