Está faltando menos de 1 mês para as eleições gerais no Brasil e vemos a pauta religiosa muito em voga. Inicialmente devo consignar que nenhuma religião ou religioso deveria se posicionar sobre a política. As Igrejas tratam das coisas do Espírito e seguramente um processo eleitoral pode ser tudo, menos divino; sobretudo no Brasil quando vivemos esta verdadeira polarização.
Já que questões e valores religiosos estão sendo discutidos e as vezes de forma tão feroz, vamos aos fatos que julgo pertinentes e relevantes.
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva do PT, defende que a questão do aborto seja discutida. Com um discurso fraco de argumentos Lula diz que a “mulheres pobres” praticam o aborto em locais sem condições médicas e ou sanitárias para o procedimento. O Partido dos Trabalhadores e as outras legendas que na verdade são satélites, braços da mesma hidra partidária defendem também a ideologia de gênero e que um casal pode ser formado por pessoas do mesmo sexo. Ousam ainda classificar tal união de família
O candidato Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição, defende uma pauta conservadora, onde os valores familiares e o direito à vida que desde o momento da concepção deve ser perseguido e preservado.
E nós Cristãos Católicos ou Protestantes como devemos nos posicionar sobre as mencionadas pautas, tão complexas? Como sempre aprendemos, na dúvida, busquemos o Evangelho.
Aos Cristãos, Católicos ou não, não é facultado apoiar o aborto. Cristãos defendem a vida e a vida começa na concepção. Especialmente para nós Católicos Romanos, devemos pois seguir os ensinamentos emanados da Santa Sé. A Congregação para a Doutrina da Fé na Instrução “Donum Vitae” sobre o respeito à vida humana nascente, e a dignidade da procriação, (nº 17 e seguintes), afirma que: “Desde o momento da concepção, a vida de todo ser humano deve ser respeitada de modo absoluto, porque o homem é, na terra, a única criatura que Deus “quis por si mesma”. A vida é sagrada porque comporta “a ação criadora de Deus” e permanece para sempre em uma relação especial com o criador, seu único fim”. Ante a esta afirmativa, os Católicos não devem aceitar propostas políticas em que a liberação do aborto seja cogitada.
No que se refere a ideologia de gênero, casamento homossexual os Cristãos também tem posicionamento claro no Santo Evangelho. Veja que não estou falando aqui sobre união civil entre pessoas do mesmo sexo. Trato aqui não da lei civil feita para os homens mas dos ensinamentos da Santa Igreja feita para as coisas do espírito, para nortear as relações do homem com Deus. Vejamos o que a Bíblia no diz no Evangelho de Mateus 19:4-6: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’ e disse: ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe”.
Ora, como dito, na dúvida procuremos a orientação do Evangelho, logo concluímos que a pauta atual misturando política e religião é perniciosa e não deveria existir; sobretudo pelo fato de que os Cristãos, Católicos ou não tem compromisso com a democracia, com o futuro do País mas antes de tudo, com as convicções e ensinamentos do Cristo. Cristão não deve votar em candidatos que estejam comprometidos com ideologias e libertinagens que afrontem os princípios do Cristianismo. Não é pois admissível entregar o destino de um País a quem defende CASAMENTO entre pessoas do mesmo sexo, ideologia de gênero, linguagem neutra e mais grave, o aborto.
Por Dauro Machado – Extraído do DIÁRIO DO RIO.