“Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.” (Judas 3).
Priorizar é uma luta diária. Definir o que é importante em meio a tantas urgências constitui o principal desafio da busca por eficiência e eficácia. Stephen R. Covey popularizou em seu livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” os princípios de priorização estabelecidos na chamada “Matriz Eisenhower”. Segundo sua proposta, devemos eliminar de nossas agendas atividades que não são importantes, ainda que se mostrem urgentes. Por outro lado, as atividades importantes devem ganhar espaço em nosso planejamento e, dentre estas, há algumas tarefas que, além de importantes, são também urgentes.
É sobre uma tarefa importante e urgente que Judas trata em sua pequenina carta. Nestes 25 versículos, o meio irmão de Jesus deixa claro que a batalha pela fé é missão imprescindível por sua importância e por sua urgência. O propósito da epístola é deixado claro no verso 3. A batalha pela fé é para já! Tanto que sua intenção inicial de escrever sobre a salvação é deixado de lado, de modo que seu tratado teológico é substituído por um chamamento ao combate. Refletir sobre a salvação é importantíssimo! Lutar pela sã doutrina frente aos ataques dos falsos mestres é, além de importante, urgente.
Da mesma forma que os primeiros leitores de Judas foram impactados pelo desafio de seu pastor, nós também somos desafiados a colocarmo-nos de guarda e prontidão. Isto se dá porque a mesma razão pelas quais Judas conclama seus leitores, se fazem presentes também em nossos dias: “… certos indivíduos se introduziram com dissimulação” (Jd 4). Tal fenômeno nunca se aparta da realidade da igreja. A todo o ensino desvirtuado é apresentado de maneiras atrativas ao povo de Deus. A heresia sempre se mostra atraente, sendo pregada por pessoas igualmente atraentes em seu discurso. Porem, nosso chamado é claro: à batalha! Não podemos nos esconder desta luta real. Recebemos a mensagem do evangelho, não podemos negociá-la!
Como reconhecer quando pisamos no campo de batalha? O texto nos apresenta quem são os que procuram infiltrar-se em nosso meio a fim de perverter a fé da igreja. São homens de doutrina e caráter distorcidos. Em primeiro lugar, são aqueles que negam o Senhorio de Jesus Cristo, adulterando a revelação de sua graça. É comum ouvir em nossos dias discursos que diminuem a pessoa e a obra de Cristo, tentando colocá-la no nível de qualquer outra notável realização humana. Cristo Jesus, na revelação de sua graça, é a expressão máxima da Salvação e da Soberania de Deus. Ele escolheu sofrer porque escolheu salvar. Em segundo lugar, são aqueles que vivem de ardis e impiedade. Perceba que todo erro doutrinário produz desvio moral e que cara postura imoral encontra-se baseado em princípio contrário às Escrituras Sagradas. O evangelho não compactua com o pecado, por isso não admite que seus pregadores se “introduzam com dissimulação” ou sejam conhecidos como “homens ímpios”. O caráter do mestre é a prova cabal de sua autoridade para ensinar.
Hoje e nos dias de Judas, ressoa o alerta importante e urgente de que não podemos deixar-nos levar pelos falsos mestres e pelos falsos ensinos. A luta pela fé dada aos santos é para hoje e dela depende nossa saúde espiritual.