Três opções: Escolha Uma

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Foto: Reprodução.

Ao término do seu reinado, o pecado da vaidade encheu o coração de Davi. As muitas vitórias no campo de batalha levaram o rei a desejar saber a origem do sucesso. O monarca chamou o comandante do exército, Joabe, e ordenou-lhe que fizesse um censo entre os seus soldados. Deus havia concedido a Davi vitórias em muitas pelejas. Devia estar feliz e agradecido. Ao final de tantos e difíceis triunfos, desejava saber quanto daquelas conquistas eram produtos da bondade divina e quantas deveriam ser creditadas ao seu exército. Como não sabia quantos dos seus solda­ dos estavam empenhados nas guerras que travou, resolveu contá-los. Melhor seria creditar cada triunfo ou cada combate à bondade do Senhor. Mas o grande rei, homem segundo o coração de Deus, revelou-se indeciso. Nada melhor do que um bom recenseamento, para atender ao pecado de sua vaidade.

Seu comandante resistiu ao recenseamento. Porém, a palavra do rei prevaleceu. Era a autoridade máxima. Devia ser obedecido, mesmo tendo uma ideia absurda.

Após nove meses e 20 dias, a ordem do rei foi executada. Joabe trouxe o resultado, o melhor possível. Havia em Israel e Judá um milhão e 300 mil soldados aptos para a batalha e a guerra. Com tal resultado, o coração do rei devia encher-se de alegria. Contudo, ocorreu o contrário. Uma intensa angústia invadiu o coração de Davi. Era importante saber o número de solda­ dos dispostos para a guerra, mas ainda mais importante era depender, como sempre, da ação divina que comandava as batalhas. As inúmeras vitórias vinham do Senhor e não do exército ou do próprio rei.

Deus enviou a Davi o profeta Gade com três opções (II Samuel 24.12-13). O rei devia escolher uma. As escolhas divinas para Davi eram objetivas. Primeiro: sete anos de fome sobre Israel. A fome sempre gera estragos irreparáveis. Segundo: três meses fugindo dos inimigos. O que não faltava a Israel eram rivais. Três meses de derrotas sob o fogo adversário era mais que uma tragédia. Ou a terceira: três dias de peste sobre a terra. Angustiado, Davi escolheu a terceira opção, com a convicção: “Caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias” (II Sm 24.12-14). Escolha sábia em momentos de angústia.

Setenta mil pessoas foram ceifadas pela peste. Quando o anjo estendeu sua espada sobre Jerusalém, Deus interrompeu a peste e Se arrependeu do mal que ia praticar (II Samuel 24.16).

Na caminhada diária, não temos noção das vezes em que Deus suspende o castigo que merecemos. São milagres diários em que o Senhor Se lembra que somos pó e não temos como receber a correção que merecemos (Salmos 103.14). As misericórdias dEle sempre oferecem ao rebelde a graça do Seu amor.

O pecado gera em nossos corações vaidade e orgulho. Cremos que tudo podemos. Mas a misericórdia divina nos trata com amor, até que cheguemos à compreensão que somos pó e ao pó voltaremos. A cada novo erro, Deus sempre nos convida a refletir sobre a fragilidade humana, que não tem recursos para suportar o castigo merecido.

Davi construiu um altar na eira de Araúna. Ofereceu sacrifícios e se arrependeu do pecado da vaidade, tão comum à efemeridade humana. As vitórias que alcançamos sempre são produtos da bondade do Senhor e não dos nossos méritos.

Pr. Julio Oliveira Sanches – Extraído do OJB

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