“Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra” (Romanos 7.6).
A grande verdade do Evangelho, é que fomos libertos da lei, pois morremos para ela e já não estamos presos ao seu poder. Nós podemos e devemos servir a Deus, não da maneira antiga, obedecendo à letra morta da lei, mas, devemos servi-lo da maneira nova, vivendo no Espírito. Servir em novidade de espírito, é de fato ser de outro Senhor: “…Pertencer a outro, àquele que ressuscitou dos mortos…”. (Romanos 7.4).
Neste momento de sua carta a igreja de Roma, Paulo faz uma diferenciação entre: O PASSADO E O AGORA. Paulo nos coloca nitidamente diante de um contraste: O passado, “quando éramos controlados pela natureza humana…” (Romanos 7.5) e o agora, “agora, porém, fomos libertos da lei…” (Romanos 7.6). Esse contraste, por si só, diz tudo que eu gostaria de dizer nesta pastoral. O fato é que, ou você é cristão ou não é. Você não pode ser parcialmente um cristão. Ou você está morto, ou você está vivo, ou você nasceu, ou não nasceu. Ser cristão é uma mudança completa: é ser verdadeiramente livre (Rm. 7.6). Fomos libertados, desobrigados, postos em liberdade, feitos livres. O cristão está livre da condenação da lei: “Agora, portanto, já não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm. 8.1).
Paulo nos remete na sequência da carta, a uma segunda diferenciação, a um segundo contraste: O VELHO E O NOVO. “Em novidade de espírito e não na velhice da letra” (Rm. 7.6). Foi isso que foi dito por Jesus a Nicodemos: “Necessário vos é nascer de novo”. Está registrado no Evangelho de Mateus: “Não se põe vinho novo em odres velhos” (Mt 9.14-17). Não é apenas um estágio superior, um avanço na revelação, é uma nova realidade. O Cristão é uma nova criatura (2 Cor 5.17). O cristão serve em novidade de espírito: “porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida [o] libertou da lei do pecado e da morte” (Rm. 8.2). Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem, de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja (Rm. 8:5).
Qual é o problema então? O problema não é a lei (7.12), mas nossa natureza pecaminosa (7.8). O apóstolo levanta duas perguntas importantes sobre o caráter da lei: A lei é pecado? (7.7). É a causadora da morte? (7.13). Ambas as perguntas têm a mesma resposta: “De modo nenhum!” (7.7,13).
A lei é santa e o mandamento, santo, justo e bom. Em si mesma a lei é valiosa e esplêndida. É santa. Isso significa que ela é a própria voz de Deus. A lei é também justa. É ela que estabelece todas as relações, humanas e divinas. Finalmente, Paulo diz que a lei é boa, ou seja, foi promulgada para promover o supremo bem. O propósito da lei é revelar o pecado (7.7). O pleno conhecimento do pecado vem pela lei (3.20). O propósito da lei é condenar o pecado (7.9–11). Onde não há lei, também não há transgressão. A lei está livre de qualquer culpa.
O vilão da história é o pecado. É certo que a lei expõe, e condena o pecado, mas não é responsável por nossos pecados nem por nossa morte.
O único jeito de ser livre da lei do pecado e da morte, é servir em novidade de espírito “…àquele que ressuscitou dos mortos…”. (Rm. 7.4), Jesus Cristo. Um cristão não deve viver com medo dos mandamentos do Senhor, ele deve amá-los e guardá-los, pois assim serão amados pelo Senhor e viverão em novidade de espírito (João 14.21).
Pr. Carlos Elias de Souza Santos