O período de férias é esperado por muitas crianças, porém para o autista, nem sempre é algo agradável. A mudança de rotina, o convívio social, ambientes diferentes podem ser extremamente difíceis de lidar.
A Dra. Lívia Aureliano, psicóloga, especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA), ensina como é possível ajudá-las nesse momento e garantir que as férias da criança e da família sejam mais leves e divertidas.
“Crianças dentro do espectro autista possuem dificuldades em lidar com mudanças de rotina e as férias escolares tendem a evidenciar esse problema, por isso, os pais precisam criar estratégias que auxiliem com um período prazeroso, não apenas para a criança, mas para toda a família.”
Rotina diferente
Antes de qualquer coisa, é importante saber que expectativas devem ser deixadas de lado e os pais devem se entregar à experiência, preparados para qualquer tipo de reação da criança. Conscientes disso, o primeiro passo é se antecipar e planejar todas as atividades, sejam elas viagens, passeios ou programas em casa.
De acordo com a psicóloga e diretora do TatuTEA, Dra Lívia Aureliano, a criança autista lida melhor com a previsibilidade. “Antes do início das férias, inclua na rotina atividades diferentes das convencionais e explique para ela os motivos. Além de diminuir a ansiedade da criança, norteará o planejamento” explica.
Construir um calendário colorido onde a família pode planejar as férias do início ao fim, convidando a criança para participar deste planejamento, surti um efeito positivo para ela, incluir cores e imagens para cada um dos eventos, pode estimular ainda mais a adaptação. É importante planejar o roteiro, incluindo nessas atividades, brinquedos, estímulos sensoriais e até alimentos conhecidos por ela.
Inclua atividades para lidar com o ócio
Para uma adaptação mais tranquila, a especialista sugere que parte das atividades sejam incluídas no horário escolar, assim a criança não percebe tanto essa mudança de rotina. Nos horários vagos, é importante introduzir funções que desenvolvam o senso de responsabilidade, por exemplo, arrumar a cama, tomar banho, escovar os dentes e até exercícios que desenvolvam habilidades de comunicação, semelhantes aos da escola.“
Esse período de preparação é muito importante e contribui muito com a socialização da criança com TEA. Inclua aos poucos outras crianças em momentos de interação como refeições, sessão de filme e brincadeiras em um ambiente já conhecido por ela” – sugere Dra Lívia.
Embora a criança com TEA necessite de rotina e possa rejeitar algumas alterações, esse pode ser um momento importante de conexão com a criança, já que muitos pais não participam ativamente do dia a dia da criança. Dessa forma, os pais podem compreender onde estão os talentos e as dificuldades apresentadas por ela e ajudá-la a se desenvolver, tornando esse momento, um evento especial para aproximá-los e garantir boas lembranças.
Fonte: Comunhão