Revistar-se do Amor

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“Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.” (Colossenses 3.14)

Uma das coisas que o Evangelho de Jesus não deixa dúvidas é que o amor precisa estar acima de tudo em nossas vidas. A expressão suprema do cristianismo é o amor. É dele que tudo mais deve advir. Em outras palavras, a coluna central da fé cristã, que sustenta todas as demais coisas, é o amor. A Pedra Fundamental é Jesus. Mas parece que retiramos o amor desse lugar e colocamos outras coisas.

Entre elas está o tradicionalismo. Não a tradição, mas o tradicionalismo. Alguém disse que a tradição é a fé viva dos que já morreram e o tradicionalismo, a fé morta do que ainda vivem. Outro substituto para o amor é o moralismo. Não a moralidade. A moralidade é filha do amor. Ela é a adequação ética das atitudes inspirada no imperativo de amar o próximo. O moralismo é a consagração das aparências e sua vida reside no desconhecimento e no desrespeito do ser humano. Na grande maioria das vezes são esses os dois substitutos mais comuns para o amor e que corrompem tudo em que tocam. O tradicionalismo e o moralismo dão luz a ambientes em que a fé vitimiza pessoas e oportuniza dominação.

Precisamos nos converter ao amor. Como disse Paulo, acima de tudo, devemos nos revestir do amor. Ele é que dá consistência verdadeira à nossa caminhada de fé. Ele é que propõe os caminhos verdadeiramente saudáveis para a prática de nossa religiosidade. Como lemos no famoso capítulo da Carta Aos Coríntios, sem amor nada tem valor.

É incrível que algumas pessoas pensem que pregar sobre o amor ou somente sobre amar é pouco demais. Ao dizerem isso revelam que desconhecem a essência do Evangelho. É estranho o fato de tantos cristãos ainda não terem experimentado e verificado que, quando nos dedicamos ao amor, quando escolhemos ser pessoas que amam mais e o melhor que pudermos, quando nos centramos no mandamento de amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a nós mesmos, tudo mais que precisamos ser e fazer fica mais claro. O moralismo dá lugar à moralidade saudável e abençoadora. O tradicionalismo se vai e ganhamos olhos para reconhecer a tradição que preserva em si caminhos de vida.

Não sei o quanto você sabe a respeito de sua fé, o quanto sabe da Bíblia, o quanto conhece de doutrinas ou teologia. O que tenho a lhe dizer é que, a vida cristã, a espiritualidade ensinada por Jesus, não está ligada ao que sabemos, mas ao que amamos. Ame a Deus e ame as pessoas. E tudo mais ficará claro e haverá vida em sua fé e não apenas conceitos, tradições e costumes.

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