“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”. O apóstolo faz uma afirmação contundente nesse texto. Primeiro, há um povo de Deus e, em seguida, ele diz que o mundo todo está posto sob o governo do Maligno.
O termo mundo tem algumas acepções nas Escrituras. Aqui, refere-se ao sistema organizado do mal que Satanás governa como o deus desse século. Assim, todos aqueles que nascem no mundo, (planeta), se não nascerem do Alto ou de novo, estão sob o governo sutil do Maligno. Todos sem exceção são governados pelas influências malignas do pecado.
E como o Maligno governa o mundo? Há quatro áreas nas quais ele exerce domínio sobre o sistema do mundo. Primeiro, a vaidade. O mundo se nutre de vanglória que deixa todos bem inchados e altivos. Os vaidosos se sentem superiores e disputam cada ponto do jogo para terem a primazia e serem reconhecidos na sua tribo ou no governa do mundo.
A segunda esfera da governabilidade do Maligno na vida das pessoas é o poder. Se o ser humano se sente poderoso, dispensa Deus de sua existência. O poder é fascinante. Até o síndico do edifício mais reles sente-se no direito de bancar o dono do barraco. – Você sabe com quem está falando? Esse é o sotaque de alguém empoleirado em algum jirau.
A terceira área em que o Maligno põe seus tentáculos é o conhecimento. A árvore do saber do bem e do mal foi o ponto de partida do desastre humano e a ciência é o heliporto das vaidades e desse poder mundano sutil. A Bíblia diz que o saber ensoberbece. Até mesmo o conhecimento de Deus corre risco, se vier embrulhado num invólucro de doutorado.
Finalmente, o sistema desse mundo governa as pessoas pelo dinheiro. Esse é o mais vulgar dos dominadores, mas é demolidor. O vil metal como foi chamado no passado, hoje, ele não tem mais o lastro do ouro, embora continue vil, sendo uma influência que domina na carne ricos e pobres, sábios e ignorantes, vaidosos e modestos no afã da grandeza.
Vaidade, poder, conhecimento e dinheiro são esferas por onde o Maligno dirige o mundo e o único desastre irremediável que pode ocorrer a um cristão é sentir-se à vontade neste mundo. Mas o cristão tem que viver no mundo ainda, por isso, “Jesus não orou para que seu Pai tirasse os cristãos desse mundo, mas para que tirasse o mundo dos cristãos.”
Thomas Guthrie diz: “se você se descobrir amando qualquer prazer mais do que suas orações, qualquer livro mais do que a Bíblia, qualquer casa mais do que a casa de Deus, qualquer mesa mais do que a mesa do Senhor, qualquer pessoa mais do que Cristo, qualquer esperança mais do que a expectativa do céu – cuidado!” É o governo do mundo em ação.
Esse mundo é apenas nossa passagem, jamais nossa porção. Se alguém estiver envolvido com esse mundo não estará preparado para o vindouro. “A abelha não pousará numa flor da qual não possa sugar algum mel; também assim deve agir o cristão.”
É apenas uma lenda: a rainha de Sabá deu ao rei Salomão um buquê de flores artificiais, tão perfeitas, que não se distinguiam das naturais. Então, o rei mandou colher flores no jardim e colocou-as juntas ao buquê, ordenado que abrissem as janelas do palácio para ver onde as abelhas iriam pousar. Foi só isso; onde estiver o seu tesouro aí estará o seu coração. Quem nos governa?
Só a cruz de Cristo pode retirar de nossas vidas o governo deste mundo.
Pr. Glenio Paranaguá