Quem é Jesus?

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Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mt 16.13-16).

Quem é Jesus? Por mais que esta pergunta pareça fácil de responder, as muitas visões equivocadas sobre a Pessoa de Jesus Cristo parecem se multiplicar a cada dia. Na época de meus pais, cantava-se uma canção que dizia: “Muito embora um só Jesus exista, nem todos sabem vê-lo como é. Filósofo, poeta ou comunista, ou mesmo hippie já se disse, até!” (Vencedores por Cristo, 1973). Parece que, desde aquela época, a confusão só aumentou!

As sugestões confusas não podem nos fazer esquecer nem por um segundo quem é Jesus! Como Pedro afirmou, devemos nós também responder: Ele é “o Cristo, o Filho do Deus Vivo”. É notável que o conhecido símbolo cristão do peixe (grego: ΙΧΘΥΣ, ICHTHUS) forma um acrônimo cujo significado aponta com incrível semelhança para a afirmação de Pedro!

Jesus (Ἰησοῦς): O nome Jesus significa o SENHOR salva. Jesus veio ao mundo, como verbo encarnado para livrar a humanidade de seu mais grave dilema: o pecado. Enquanto muitas pessoas perdem tempo tentando desenvolver soluções autossuficientes para os problemas do mundo, a igreja reconhece que só Jesus pode nos livrar de nossa própria iniquidade (Mt 1.21).

Cristo (Χριστός): Este termo é equivalente a “Messias” que significa ungido. Jesus é o ungido de Deus para executar a missão que lhe fora designada pelo Pai. Também se refere ao triplo ofício de Cristo: Profeta, Sacerdote e Rei. Mais do que salvar a humanidade, Jesus veio reestabelecer a comunhão de todas as coisas com Deus. Em Cristo a salvação prometida no Antigo Testamento se manifestou. Nele, o estabelecimento de “novos céus e nova terra” se cumprirá! Por isso, toda nossa esperança deve estar depositada exclusivamente nele! Devemos cuidar para que não sejamos enganados por falsos “cristos” (Mt 24.5, 23).

Filho de Deus (Θεοῦ υἱός): Aqui fica evidente que Jesus Cristo não é um homem qualquer. Ele é o Filho de Deus que compartilha da mesma natureza divina do Pai (Jo 1.1,14). Jesus Cristo, perfeito Deus, decidiu revestir-se de nossa humanidade (Fp 2.6-8), identificar-se com nossas tentações (Hb 4.15). Como Segunda Pessoa da Trindade, Jesus desfruta de todos os atributos divinos plenamente, ao mesmo tempo em que não confunde sua personalidade com a do Pai e do Espírito Santo.

Salvador (Σωτήρ): Pedro não declara a função salvadora de Jesus em sua confissão. Podemos inferi-la, porém, do fato de que Jesus se identifica com o Filho do Homem em Mateus 16.13. Esta expressão remete à profecia de Daniel, na qual Deus entrega todo “domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.” (Dn 7.14). Sua autoridade, porém, não é conquistada através de conquistas políticas ou militares. Ele estabelece seu Reino através de sua vitória sobre a morte (Mt 16.21).

O que fazer com essa maravilhosa realidade? Em primeiro lugar, é preciso acreditar. Reconhecer que Jesus é nosso salvador implica em viver uma vida espiritualmente vitoriosa e confiante. Exige devoção exclusiva a Deus e envolvimento desprendido com a Igreja que é convocada para derrotar o inferno. Em segundo lugar, agradecer. O Cristo revelado nas Escrituras é a maior expressão da graça de Deus em nosso favor. Em terceiro lugar, adorar. Perceba que Jesus a confissão em si não é mero assentimento intelectual, mas expressão de algo que parte da ação divina no coração humano e manifesta-se em canto: “Jesus, Filho de Deus o Salvador!”.

Pr. Lucas Rangel de C. Soares

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