Houve uma atitude de Jesus que foi decisiva para que o seu relacionamento com os discípulos não fosse abalado. Ele enfrentou a deserção dos apóstolos com a disposição de perdoá-los. É essa atitude que torna possível que uma relação estremecida seja restaurada, ou, até mesmo, que venha a tornar-se ainda mais sólida do que antes.
Se estivéssemos no lugar do Salvador, é provável que esperássemos pelo pedido de desculpas dos discípulos. Mas Jesus tomou a iniciativa da reconciliação. Ele não esperou que os apóstolos pedissem perdão. Eles estavam envergonhados, e por isso talvez não procurassem o Mestre. Sendo assim, o Senhor procurou por eles.
É comum esperarmos que nossos ofensores nos procurem para se retratarem. E, aí, fica um esperando pelo outro: ninguém quer ser o primeiro, ninguém quer se humilhar, ninguém quer dar o braço a torcer. Com isso, corremos o risco de esperar muito tempo, talvez para sempre. A amargura pode criar raízes. As amizades podem ser irremediavelmente perdidas.
O orgulho cobra um preço alto pela sua manutenção – a nossa infelicidade. A Bíblia adverte: “Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hb 12.15).
Uma relação pode tornar-se melhor do que era antes de ser abalada pela decepção?
É possível. Mas para que isso aconteça é indispensável que haja disposição para perdoar.
Essa disposição tem de estar presente e ser sincera. Se houver isso, o Senhor nos ajudará, e, assim, poderemos perdoar como Jesus perdoou.
Pr. Marcelo Aguiar
Colunista deste Portal