O movimento popular intencionalmente conhecido como “Outubro Rosa” estimula a participação da população, empresas e entidades na luta e prevenção do câncer de mama.
Não bastassem as pressões e os desafios comuns às mulheres de hoje, uma de nossas leitoras e colaboradora, Hevea Helen, foi posta à prova num teste duríssimo: o enfrentamento de um câncer de mama. Essa mulher lutou num cenário turbulento de intensa dor emocional e árdua esperança. Com seu mundo de cabeça para baixo, Hevea aprendeu a lutar e a confiar no Deus que pode todas as coisas. Nesta edição, ela resolveu contar o seu processo de cura e aprendizado e como Deus se fez muito presente.
“Prezadas leitoras da Visão Missionária, quero compartilhar a minha experiência para o fortalecimento da nossa fé e para mostrar que o Senhor está sempre conosco, mesmo nos dias mais difíceis de nossa vida, quando somos surpreendidas por algo que jamais imaginaríamos passar. Em 19 de maio de 2014, recebi o resultado da biópsia da mama esquerda com o diagnóstico de carcinoma ductal invasivo (câncer). Sou formada em enfermagem e trabalhei por 14 anos na área hospitalar. Casei aos 28 anos e fui mãe aos 30. Sempre cuidei da minha saúde, fazendo ckeck-up anualmente, incluindo mamografia e ultrassonografia da mama.
Em 2013, apareceu um nódulo, com maios ou menos 0,3 cm, no resultado da mamografia. A orientação do médico era para fazer acompanhamento, pois não tinha características de nódulo maligno. Recomendou-me relaxar e, no próximo ano, repetir os exames. Cada mulher, porém, que passou por esse drama tem sua história nesse processo doloroso. Eu não relaxei. A angústia e a ansiedade eram exacerbadas. Eu sonhava com o Senhor me dizendo para ir ao médico, mas todas as vezes que eu ia, a resposta era a mesma, que estava tudo bem.
Era março de 2014. Voltei ao médico decidida a acabar com essa angústia. Solicitei uma ultrassonografia e, em seguida, a biópsia do nódulo. O resultado foi positivo para câncer e a consequência foi a troca de médico. Agradeci a Deus pelos sonhos e avisos de que não estava bem fisicamente.
Ao chegar ao consultório de um novo profissional da saúde, estava muito nervosa, chorava por tudo. Ela pegou minha mão e orou. Depois, perguntou-me: “Seu barco tem piloto?” Eu disse: “Sim!” Ela me disse: “Graças a Deus. Estaria preocupada se o seu barco não tivesse piloto.”
Na época, minha única filha tinha nove anos. Ela me perguntou: “Mamãe, você vai morrer?” Eu não tinha resposta para dar a ela. Naquela noite, clamei ao Senhor por uma resposta. Chorei por quase uma noite inteira, mas, em oração, o Senhor me deu uma resposta ao fazer a leitura bíblica do salmo 128. Que maravilha! Naquele trecho, havia a promessa de que todo que teme ao Senhor é um bem-aventurado. E como eu temo… Ele promete também que essa pessoa verá os filhos de seus filhos e a paz sobre Israel.
Recebi essa promessa do Senhor. Foi o temor ao Senhor que me deu força para enfrentar o tratamento. Foram vários processos, a cirurgia, colocação de um cateter, quimioterapia, perda do cabelo longo, radioterapia, tratamento hormonal oral… E durante todo o caminhar, o Senhor me ordenava: “Seja forte e corajosa! Não fique desanimada, nem tenha medo, porque eu, o Senhor, seu Deus, estarei com você em qualquer lugar para onde você for!” O Senhor se fez presente! Ele esteve tratando comigo, desenvolvendo a minha fé e me dando oportunidade de falar a outras mulheres acerca do seu cuidado e do seu amor constante.
Como mulher, enfermeira e serva do Senhor, oriento você a abraçar esta causa a partir do seu autocuidado e estendendo a outras mulheres. O câncer não fica em quarentena. Então, vá ao médico regularmente, mantenha seus exames em dia, relate ao médico o surgimento de algum caroço, vermelhidão, saída de secreção pelo mamilo, mantenha uma boa alimentação, faça exercícios físicos, aproveite cada momento do seu viver com disposição, alegria e temor ao Senhor. Cuide do templo do Espírito Santo!”
Hevea Helen Alves Pradanoff – Enfermeira, Esteticista e Acunpunturista, membro da Primeira Igreja Batista no Andaraí-RJ.
Extraído da Revista Visão Missionária 4T 2020