Antes de justificar o título desta primeira postagem, quero esclarecer o termo heresia, porquanto entendo que, embora seja largamente empregado, nem todos têm a real ideia de seu significado. Pois bem, heresia é o pensamento ou doutrina que conserva uma aparência de cristianismo, mas contraria sua essência. Um bom exemplo disso, é a doutrina defendida pelas Testemunhas de Jeová, por meio da qual eles negam a divindade de Cristo.
A Igreja primitiva teve de encarar, inúmeras vezes, esse tipo de doutrina. O gnosticismo, por exemplo, precisou ser combatido logo no início, visto que apresentava a ideia de que Jesus não tinha vindo em carne. Por isso, o apóstolo João, em sua primeira epístola, afirmou que “[…] todo espírito que confessa que Jesus veio em carne é de Deus” (1Jo 4.2). Isto deixa claro que, naquela época, para que algo fosse considerado heresia tinha de contrariar o Evangelho, ferir as Escrituras. Entretanto, na atualidade, para ser considerado herege basta defender o Evangelho genuíno, a sã doutrina. Tornou-se heresia, na verdade, sinônimo de contrariar o pregador da televisão, ou melhor, ir de encontro à maioria, defendendo um pensamento bíblico e centrado.
O pensamento antibíblico mais forte na atualidade é a confissão positiva, ou seja, a ideia de que nossas palavras têm o poder de abençoar e amaldiçoar. Contrariar essa doutrina é, para a maioria dos crentes, negar a nossa fé. A igreja que não utiliza esses poderes, segundo alguns, está condenada ao fracasso. Isto é, um pensamento que torce as Escrituras passou a fazer parte da nova ortodoxia evangélica. Não crer nisso é o mesmo que afirmar que Jesus não veio em carne. Que absurdo!
Mesmo diante da resistência daqueles que se negam a estudar honestamente o texto bíblico, preferindo dar ouvidos àquilo que alguém falou, ainda há 7.000 joelhos que não se dobraram diante de baal (1Rs 19.18). Ainda há servos fiéis que não abandonaram os princípios da Reforma Protestante: só a fé, só a graça, só a Escritura, só Cristo e só a Deus glória.
Nesta igreja, temos buscado ensinar as Escrituras e não o que todo mundo ensina. Nossa regra de fé e prática é a Bíblia, não a palavra de um pregador de um programa de televisão. Confiamos na Palavra de Deus, não em uma experiência que alguém teve. Se isso é ser herege, então, fique à vontade, pode me chamar de herege, pois tenho prazer em seguir, ensinar e defender as Escrituras.
Pr. Cremilson Meirelles