“A propósito das eleições municipais“
Para muitos neste país a vida é uma simples troca e um jogo de interesses. Somos chamados o país do “jeitinho”. Vota-se em quem oferece mais vantagens. Não há uma consciência política amadurecida. O povo, de um modo geral, não está politizado. Por esta razão, muitos votam movidos pelos favores e elegem péssimos elementos para serem governantes e legisladores. Infelizmente o padrão de aferição é a capacidade de encher o estômago ou outro prazer qualquer. Há moedas de troca que envergonham aqueles que amam o Brasil, que aspiram ofegantemente um país justo, limpo, autêntico e competente e desenvolvido.
Precisamos estabelecer a diferença entre política e politicagem. Na politicagem, a base é o ‘toma lá, dá cá’. Na verdade, é quando os políticos estão mais preocupados em beneficiarem a si mesmos e aos seus familiares (nepotismo). Não há meritocracia. É a feira dos favorecimentos dos compadres. O exercício do poder político beneficia “generosamente” os companheiros de partido. É caracteristicamente um movimento financeiro estrondoso. É a prática do caixa dois, tão recorrente neste país. É o dinheiro suado da população que some no meio do caminho. Desaparece no ralo da corrupção. Políticos, agentes públicos e empreiteiros se conluiam contra o povo brasileiro. É uma vergonha.
A política, cujo significado é ‘o governo da cidade’ está voltada para os cidadãos que pagam os seus impostos, que investem no desenvolvimento do país nas diversas áreas. A autêntica política se desenvolve com base nas convicções profundas do que seja o Estado, o povo e a governabilidade sustentável. Não há confusão nesta relação entre o permanente (Estado) e o transitório (governo). Os governos promovem encontros com a comunidade para o planejamento sustentável. Todos participam da definição do elenco de necessidades e estabelecem as prioridades, trabalhando com seriedade visando a sua execução. É o trabalho exaustivo que beneficia a todos. É a construção de um país sério, comprometido com a ética, a sustentabilidade, a educação e a inclusão social. Os políticos sérios não admitem a corrupção e a consequente miséria. A política não é para pessoas aventureiras, mas para pessoas vocacionadas e comprometidas com a excelência.
Na política, os eleitos estão conscientes dos seus privilégios (representam o povo) e deveres (servem o povo), sendo avaliados pela população que os elegeu. Se eles estão trabalhando, suando a camisa, pela comunidade. O povo não deve ser massa de manobra, mas deve estar comprometido com políticas públicas de desenvolvimento. A população séria não se deixa levar por promessas vazias. Política significa a participação de todos no esforço de cada um. A política revela o engajamento do governo que converge para o bem de todos. Na política, o povo e a oposição fiscalizam de forma inteligente e responsável. Num governo sério,
as licitações são limpas, corretas e sem conchavos, sem favorecimentos. Os corruptos são exemplarmente punidos. São acusados, julgados, condenados, presos e alijados da política. Estabelecem tolerância zero para a bandidagem, o crime organizado, a corrupção e o tráfico de drogas.
O político que o Brasil precisa há de sair da sua comunidade, avaliado pelos serviços prestados com zelo e paixão pelo seu povo, pelo seu país. Ele deve estudar, cursar disciplinas que têm a ver com o seu trabalho de liderança na área política. Ter, no mínimo, o segundo grau. Cursar a Escola de Política (que deve ser implementada neste país), cujas matérias devem ser a ética, orçamento, responsabilidade fiscal, políticas públicas, constituição, lei orgânica do município ou do estado, saneamento, recursos humanos, administração pública, políticas sociais, teoria política, sustentabilidade.
No seu perfil, o político deve ser um vocacionado para a política, zeloso, temente a Deus, integro, comunicativo, empático e simpático, entre outras qualidades. Sonho em ver o meu país – desde a área municipal à área federal – sendo administrado por pessoas éticas (íntegras a toda prova), zelosas e competentes na gestão pública. Sonho em ver políticos que não aceitam propina, caixa dois, não aceitam receber dinheiro sem trabalhar e outros elementos da corrupção. Que zelem com rigor pela coisa pública. Que tenham amor e respeito pela Constituição do Brasil. Homens e mulheres comprovadamente íntegros e dispostos a morrerem de coerência. Que Deus, nosso Pai, abençoe este País tão rico, lindíssimo e com um povo. simpático e acolhedor. País de um povo que precisa crescer na seriedade, que deve estar comprometido com a gestão eficiente; com a preservação do Meio Ambiente, um povo econômico, limpo, zeloso, íntegro e trabalhador. Que cada político que o Brasil precisa o ajude a ser um país mais justo, solidário e comprometido com a verdade, um Brasil de vanguarda e um modelo para outros países, outras nações.
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal