Magnificat

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Foto: Freepik.

A história da redenção começa no jardim do Éden, quando o homem pecou e Deus declarou a sentença de­ vida a cada um. Ele disse à serpente: “Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (Gn 3.15). Ele providenciou para Si um povo, separado, exclusivo, agracia­ do com a promessa desde seus pais Abraão, Isaque e Jacó. Um povo que em Moisés encontrou seu libertador, em Samuel seu juiz, em Davi seu rei, em Elias seu profeta, e pela boca de um de seus profetas foi dito: “O povo que anda na escuridão verá grande luz. Para os que vivem na terra de tre­ vas profundas, uma luz brilhará […] Pois um menino nos nasceu, um filho nos foi dado. O governo estará sobre seus ombros, e ele será chamado de Maravilhoso Conselheiro, Deus Pode­ roso, Pai Eterno e Príncipe da Paz. Seu governo e sua paz jamais terão fim. Reinará com imparcialidade e justiça no trono de Davi, para todo o sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará que isso aconteça!” (Is 9.2, 6-7). E por outro de seus profetas completou-se: “Mas você, ó Belém Efrata, é apenas uma pequena vila entre todo o povo de Judá. E, no entanto, um governante de Israel, cujas origens são do passado distante, sairá de você em meu favor” (Mq 5.2). Esta é a história do plano de Deus para a humanidade e Suas pro­ messas ao Seu povo escolhido. Essas promessas não ficaram na antiguidade, antes se cumpriram no tempo eterno determinado por Deus, como Ele havia descrito.

Em Jesus, vemos todas as promessas de Deus convergindo e se cumprindo. Em sua vida encontramos a glória de Deus entre os homens e o caminho sendo aberto até o Pai. Quantas vezes não louvamos a Deus pelas coisas que Ele faz em nossa vida, não é mesmo? Pelo que Ele nos provê e contempla com Suas bênçãos e Sua graça constante.

Um dos louvores mais conhecidos e aclamados das Escrituras, re­ conhecido por inúmeros credos por sua inspiração, é o texto de Lucas 1.46-55, conhecido como o cântico “Magnificat” de Maria. Inspirada no cântico de Ana (I Samuel 2.1 -10) e no Salmo 113.5-9, Maria louva ao Se­ nhor pelo que Ele já estava fazendo ao mundo através dela. Mesmo não compreendendo tudo, nem sabendo quais seriam os próximos passos, ela crê que o Criador estava providenciando algo grande para o Seu povo. Ela engrandece (Magnificat) ao Senhor por Sua santidade, bondade e fidelidade com Seu Israel. Ele virou o mundo de cabeça para baixo e cumpriu Suas promessas. Não somente com a sua voz, ou o que ela poderia fazer, mas o mais profundo do seu ser engrandece ao Senhor.

Precisamos reconhecer as grandes coisas que Deus tem feito em nos­ sa vida, as grandes maravilhas que o Senhor opera em nosso meio também por intermédio de nós, como Ele não deixa faltar nada para nossa vida, como Ele cuida de nós e está conosco sempre. Ele cumpre Suas promessas, cumpriu todas elas para fazer o Seu plano de redenção para a humanidade que Ele tanto amou. Ele foi fiel a Abraão, Isaque e Jacó, a Davi e a todo Israel, e Ele é fiel também às promessas que tem feito a cada um de nós.

De tudo que podemos aprender com o cântico de Maria, uma coisa deve ficar clara em nossa mente para toda nossa vida. Uma coisa que deve nortear nossa oração, uma coisa que deve estar presente sempre em nosso louvor, uma coisa que deve ser a marca de nossa vida nesta terra e para toda a eternidade, uma única coisa que deve entranhar em nosso ser, a ponto de sermos transformados completamente naquilo para o que fomos criados para ser e que não consigamos mais deixar de ser: a adoração! A nossa adoração, assim como a de Maria, deve ser sincera, simples, entregue a Deus em total submissão e fé.

Assim como os anjos adoraram dando glória a Deus nas maiores alturas” (Lucas 2.14), nós também de­ vemos adorá-lo com a nossa vida sempre. Assim como os céus brilharam iluminando o caminho até o Salvador, nossa vida deve resplandecer a glória de Deus em tudo que somos e fazemos. Assim como os rios e mares, terras e montes glorificaram a Deus sob o comando do Seu Cristo, devemos estar prontos a adorar ao Senhor como Ele nos mandar. Louve ao Senhor, adore ao Senhor, engrandeça o nome do Senhor nosso Deus hoje e sempre.

Pr. Alan Senceita Mendes – Extraído de OJB.

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