Quando falamos de ideologia de gênero, a manipulação de narrativas é algo muito presente, a exemplo do que alega Campbell Leaper, professor de Psicologia da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos, ao comentar sobre um projeto de lei que visa obrigar varejistas a vender brinquedos com “gênero neutro” em suas lojas, segundo a matéria publicada pelo jornal Los Angeles Times, no dia 9 passado.
Campbell cita pesquisas da Psicologia do Desenvolvimento para argumentar que a distinção feita pelas crianças sobre o que são brinquedos de meninos e de meninas seria na verdade uma imposição cultural, aprendida de acordo com a categorização dos brinquedos de acordo com o sexo.
Mas, diferente do que Campbell e outros como ele sugerem, crianças não se categorizam como “menino” ou “menina” porque são rotuladas culturalmente, e sim porque compreendem a natural diferença sexual entre machos e fêmeas. Em outras palavras, não é a cultura que determina essa distinção, e sim a biologia, sendo a cultura apenas uma consequência natural disso.
O que chamam de “rótulos de gênero” são atribuições linguísticas que refletem a natureza biológica dos sexos masculino e feminino. Não são, portanto, uma invenção, mas o reflexo de uma realidade imutável: meninos nascem meninos, e meninas nascem meninas! Qualquer coisa além disso é disforia de gênero, que é nada mais do que um transtorno de identidade, o qual deve ser encarado à luz da saúde mental, e não de ideologias.
A proposta de Lei que visa impor a venda de brinquedos de gênero “neutro” na Califórnia é, portanto, só mais uma das muitas iniciativas do ativismo LGBT no universo infantil, cuja intenção é influenciar a percepção de mundo das crianças já nos primeiros anos de vida, quando elas ainda não têm maturidade e capacidade de discernir realidade e fantasia.
Esse discernimento é dado pelos pais, pela sociedade e pelos símbolos. Logo, a intenção é eliminar essa distinção sexual entre meninos e meninas por meio dos símbolos, fazendo parecer que o natural é ser “neutro”, quando na verdade é o contrário, pois, biologicamente falando, não existe neutralidade, já que os sexos são geneticamente pré-definidos.
Se a identidade sexual (e, consequentemente, de gênero) humana fosse “neutra”, como alegam os ativistas da ideologia de gênero, essa neutralidade se refletiria em nossa própria formação biológica. Neste caso, todos nós nasceríamos assexuados, ficando a definição ou não dos sexos para ocorrer ao longo da vida.
Mas não é o que acontece. Machos e fêmeas (meninos e meninas / homens e mulheres) têm seus sexos definidos e determinados já no útero materno, antes mesmo de nascerem – e isto ocorre em todos os níveis de desenvolvimento biológico: do DNA ao tipo de esqueleto, à quantidade e à formação dos órgãos. Por essa razão, o sexo humano é imutável. Machos serão sempre machos, e fêmeas serão sempre fêmeas.
Os pais, sobretudo os cristãos, devem estar atentos a propostas como essa da Califórnia, porque elas vão se multiplicar daqui para frente. Trata-se de uma realidade que, infelizmente, não respeita a lógica científica, pois obedece a narrativas, e não ao conhecimento empírico.
Alertei sobre isso há dez anos, e hoje estamos vendo acontecer. Devemos fincar trincheira na defesa do mundo real, onde o sexo biológico e as suas consequentes atribuições simbólicas que diferenciam, por exemplo, os brinquedos de meninos e dos de meninas são naturais e representam a verdadeira natureza humana.
Fonte: Pleno News – Marisa Lobo – Possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.