“Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros”. (Gálatas 5.15).
Paulo inicia o primeiro capítulo de Gálatas saudando seus leitores e já demonstrando sua perplexidade com o desprezo pelo Evangelho da graça e a valorização dos rituais da lei (1.1-6). Ele conclui o capítulo falando de sua conversão, de sua chamada ao ministério e de sua caminhada de preparo espiritual para a pregação do Evangelho, o qual é suficiente para a transformação das nossas vidas (1.13-24).
Gálatas dois descreve a segunda viagem do apóstolo a Jerusalém, catorze anos depois da primeira visita, para dialogar sobre o seu ministério junto aos gentios. Pedro, Tiago e João chegaram a um acordo com Paulo e Timóteo (2.9,10), mesmo depois de acusações infundadas sobre o ministério de Paulo, indiferente ao legalismo dos judaizantes (2.4,5). Porém, a articulação dos judaizantes foi malsucedida (vv. 7,8) e o evangelho da graça prosperou!
No terceiro capítulo, Paulo repreendeu os gálatas, pelo fato de eles terem abandonado o Evangelho da graça por uma novidade ineficaz e escravizadora (o outro evangelho). Pela Lei ninguém seria justificado, pois esta apenas serviu como diagnóstico da doença chamada pecado, não como remédio. Cristo nos resgatou, fazendo-se maldição em nosso lugar e nos incluiu em Sua comunidade, onde não somos discriminados por sermos ricos ou pobres, homens ou mulheres, brasileiros ou estrangeiros. Em Cristo, somos todos justificados, igualmente!
Em Gálatas quatro, Paulo ilustrou nosso relacionamento com a graça e com a Lei, apresentando o caso em que o filho pequeno não tem idade para desfrutar dos bens de seu pai, a não ser por intermédio de um empregado. Quando amadurece, porém, pode até gerir os recursos desse pai. Pela graça, podemos desfrutar de tudo o que Jesus conquistou para nós, pois agora somos filhos do mesmo Pai.
No quinto capítulo, o autor da carta destaca que, assim como o legalismo é nocivo, a libertinagem também é. Como fazer, então, para não ser escravizado pelos rituais religiosos nem pelas paixões da carne que inflamam nossos corpos? A recomendação paulina aponta para uma vida dedicada a Deus, uma vida no Espírito. Em vez de focar no “não fazer o errado” ou no “fazer o certo”, a proposta paulina é: andar com Deus e ir mudando a cada dia.
No último capítulo, os gálatas foram instruídos a cumprir a lei de Cristo, apoiando os irmãos que precisavam de ajuda contra os apelos da carne e que tropeçaram diante das tentações da vida. Paulo recomendou que os mais espirituais trabalhassem na restauração dos mais fracos na fé. O apóstolo recomendou, também, que eles sustentassem aqueles que ministravam a Palavra, como retribuição pela orientação espiritual que recebiam e visando à disponibilidade e possibilidade desse ministério. (6.1-6).
Esta carta registra que aquele que planta, colhe. E orienta que todos plantem o bem e não se cansem de praticá-lo. Pois vale a pena, por mais que não pareça. Enquanto alguns se orgulham de seus esforços humanos, que nos orgulhemos no que Cristo fez por nós. E que nossas marcas sejam o resultado do nosso sofrimento por aquele que morreu por nós! (vv. 7-18). Assim, o apóstolo concluiu sua carta, recomendando a vida no Espírito, de modo que cada um viva da melhor forma possível; não para conquistar a salvação, mas por ser dirigido pela vida de Deus, manifesta em Cristo Jesus, que passa a viver através de seus seguidores.
Pr. Roberlan Julião
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