Intolerância religiosa no esporte brasileiro?

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Foto: Miriam Jeske/ COB.

Essa semana dois casos de jogadores brasileiros de destaque no esporte nacional sofreram ataques nas redes sociais por defenderem seus posicionamentos contra a homossexualidade. Maurício Souza, da Seleção Brasileira de vôlei e o jogador Pepê, volante do Cuiabá sofreram diversas críticas. Seria intolerância religiosa no esporte do Brasil?

Maurício Souza se manifestou nas redes sociais contra o uso de ícones da cultura pop, como o Superman, como ferramenta de militância progressista. Resultado disso foi sua demissão do Minas Tênis Clube, onde atua como jogador.

“Informamos que o atleta Maurício Souza não é mais jogador do clube”, diz a nota no perfil oficial do time no Twitter, publicada nesta quarta-feira, 27. O jogador já havia sido multado e afastado do clube por tempo indeterminado na terça-feira, 26. Porém o clube foi cobrado por patrocinadores para “medidas cabíveis”.

A polêmica se iniciou quando Maurício Souza criticou o anúncio de que a DC Comics estava transformando o Superman num personagem bissexual: “‘É só um desenho, não é nada demais’. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”, comentou.

Treinador da seleção brasileira de vôlei. Renan Dal Zotto, também reagiu. Equipe fechou as portas para o jogador. Em entrevista técnico afirmou ser “nadmissível este tipo de conduta de Maurício e que na seleção brasileira não tem espaço para profissionais homofóbicos”.

Pedido de desculpas

Após os acontecimentos, Maurício publicou um vídeo em seu instagram pedindo desculpas. E escreveu na legenda que “lutar pelo que se acredita é para poucos”, e prometeu ir “até o fim” na defesa desses valores.

“Ter opinião e defender o que se acredita não é ser homofóbico nem preconceituoso! Não tenho nada contra nenhum tipo de pessoa, sendo ela hetero ou homo. A minha luta é outra. Assim como as pessoas pedem respeito pela opinião delas, quem pensa diferente também tem que ter respeito”, disse o jogador.

Foto: Reprodução/Jornal Correio.

Jogador Pepê sofre críticas

O posicionamento em defesa da definição bíblica sobre a homossexualidade foi tomado de forma enfática pelo jogador Pepê, 23 anos, volante do Cuiabá, em suas redes sociais, o que gerou críticas na mídia esportiva e por parte da militância LGBT.

Pepê, que foi ex-jogador do Flamengo abriu uma caixa de perguntas em sua conta no Instagram e foi questionado. “O que acha sobre homossexualidade?”. “É pecado”, respondeu o atleta. “Leva à condenação como qualquer outro pecado se não houver arrependimento”, acrescentou Pepê. E defendeu posicionamentos bíblicos.

Parte dos usuários da rede social reagiram negativamente à fala de Pepê, da mesma forma que já havia ocorrido com o zagueiro Leandro Castan, que disputa a Série B pelo Vasco.

Castan foi criticado por divergir do clube em relação ao uso da camisa alusiva à comunidade LGBT. Na ocasião, ele publicou o texto de Gênesis 9:1-17:

“Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo-lhes: Sejam férteis, multipliquem-se e encham a terra. Todos os animais da terra tremerão de medo diante de vocês […] porque à imagem de Deus foi o homem criado. Mas vocês sejam férteis e multipliquem-se; espalhem-se pela terra e proliferem nela”.

Em coletiva, o zagueiro reiterou sua forma de olhar para o assunto através da cosmovisão cristã. “Como cristão, professando a minha fé, é aquilo que eu penso. No momento ali, que eu expus aquilo que acredito, quando eu fui, teoricamente, obrigado a vestir uma camisa, algumas pessoas não gostaram. Mas, respeito a todos e acho que eu também devo ser respeitado”, declarou.

Por Priscilla Cerqueira

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