“Aqueles que apreciam a graça com mais profundidade, não continuam no pecado; além disso, o medo produz obediência dos escravos; o amor gera obediência dos filhos” (J. W. Sanderson Jr).
Muitas pessoas não sabem o significado da palavra graça. Outras, a consideram barata. Dizem que viver pela graça é viver uma vida livre para fazer o que quiser. Há os que afirmam: Quanto maior a graça mais pecado podemos praticar. Contudo, não é isso que as Escrituras ensinam (Romanos 6.1,2). A manifestação da graça de Deus não é álibi para nós pecarmos. Pecamos porque somos pecadores. Deus, porém, em Cristo, nos aceita, perdoa e liberta para que vivamos a vida plena, a vida de liberdade para fazermos toda a vontade de Deus (Gálatas 5.1). Sendo favor imerecido, a graça é a oportunidade que Deus nos dá para vivermos uma vida cristã relevante e atuante; cativante e relacional; impactante e perseverante; obediente e triunfante. Sanderson nos ensina que a compreensão do que seja a graça nos conduz a uma vida de santidade. Por sermos filhos de Deus em Cristo, devemos viver na obediência, termos prazer nela.
A graça anda na contramão do medo. Sabemos que o medo é um traço de quem é escravo da religião e não filho de Deus por Jesus. Escravos vivem na insegurança, no medo e na inconstância. A liberdade, pela graça, nos faz viver seguros, corajosos e constantes ou perseverantes. Graça produz liberdade. Religião produz escravidão. Jesus disse a Paulo: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12.9,10). É em nossa fraqueza que conhecemos a profundidade da graça de Deus. Nesta mesma fraqueza somos fortalecidos pela graça do Senhor. É só por ela, por meio da fé, que nós somos salvos (Efésios 2.8-10). Não temos mérito, pois ele é de Cristo. Há suficiência na obra de Cristo na cruz e na ressurreição.
A graça é terapêutica e educativa, pois revela ao homem quem ele é e o trata com amor. Usada por Deus salva, santifica e glorifica o que crê. A nossa justificação (a declaração de que somos considerados ou declarados justos pela obra de Cristo na cruz, pelo Seu sangue derramado) vem pela manifestação da graça. Deus manifesta a Sua graça para nos aceitar sempre no Seu Filho Jesus. Ela traz harmonia e sintonia em nossa relação com Deus e com o próximo. É justiça aplicada. Perdão concedido. Ela nos dá uma percepção correta de toda a obra de Cristo. Graça revela aceitação, perdão, contentamento e festa. A Igreja é a comunidade da graça onde os dons são dados e praticados para a sua edificação. A graça torna a igreja um hospital para pecadores e não um museu para santos.
A graça revela o que podemos ser em Cristo Jesus. Ela revela o passado, nos traz paz para vivermos o presente e nos garante um futuro seguro (Romanos 8.38,39). Tudo por causa de Cristo. A graça trabalha a nossa mente para pensarmos com a Mente de Cristo (1 Coríntios 2.16). Age no coração para termos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Filipenses 2.5-8). Ela é eficaz em nossos relacionamentos. Quanto mais compreendermos a profundidade da graça mais maduros seremos. O caráter de Cristo vai sendo formado em nós. Somos chamados para vivermos a graça de forma plena. Esta é a graça maravilhosa maior que o nosso pecar. Que dia a dia a cantemos esta graça para testemunho do evangelho. Que a celebremos para a glória do Pai – o Deus de toda a graça.
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
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