Evangelizar os evangelizados um desafio duplo

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Foto: Reprodução.

A matemática é vista como ciências exatas por estar inserida numa área de conhecimento fundamentada na lógica e na precisão. Quem nunca ouviu a expressão: “Os números nunca mentem”? É difícil discordar desde que eles sejam utilizados sem considerar nenhum outro parâmetro. Apesar de não errarem, há a possibilidade de serem manipulados consoante os interesses a alcançar. Essa prática é muito usual justamente por se sustentar na exatidão dos cálculos.

Os últimos censos realizados no Brasil revelam um crescimento expressivo do número de evangélicos, no entanto, será que esses dados correspondem à realidade? É preciso esclarecer que não há questionamentos aqui quanto ao resultado, provavelmente, fruto de uma pesquisa individual onde o entrevistado apenas responde qual é a sua religião. Nesse caso, os números podem apresentar distorções, pois, a questão não é tão simples assim. Para ratificar esse recenseamento obrigatoriamente muitos outros indicadores deveriam ser observados.

Esses números supramencionados ratificam que a igreja tem sido eficiente na proclamação do evangelho, não obstante, pode não estar obtendo o mesmo rendimento no discipulado. Como podemos chegar a essa constatação? Quando observamos o estilo de vida de grande parte desses novos discípulos, muitos deles não congregam ou o fazem irregularmente; não se engajam na missão da igreja; conhecem a Bíblia superficialmente; continuam com o mesmo comportamento de antes e não estão preparados para formar outros discípulos. O apóstolo Paulo na sua segunda viagem missionária retorna a algumas cidades, como Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, com o intuito de fortalecer a fé daqueles novos cristãos (At 14.21,22). Ele enxergava a necessidade de gastar mais tempo para preparar melhor aquelas pessoas. A igreja precisa atentar para o ir, sim, mas, não ignorar a necessidade de retornar para ver como estão as sementes plantadas; se elas germinaram ou não, e acompanhar de perto o seu crescimento. Principalmente depois da pandemia, é possível ver nitidamente como as igrejas recém-organizadas precisam de apoio. Obreiros carecendo urgentemente de auxílio, em todos os sentidos. Nesse contexto ainda há aqueles que tiveram algum contato com o evangelho há mais tempo, portanto, não devem ser considerados recém-convertidos, ainda assim, podem ser enquadrados na mesma situação que esses por viverem do mesmo jeito.

Desse modo, ao voltarmos nossas atenções para a campanha de missões nacionais de 2023, constatamos que a igreja precisa cumprir a grande comissão trabalhando em pelo menos duas frentes. Anunciar o evangelho aqueles não evangelizados, os quais nunca tiveram contato com o plano da salvação. No entanto, à semelhança do grande apóstolo dos gentios, retornar aos lugares e pessoas já evangelizados para fortalecer lhes a fé. A missão é árdua, mas, o Senhor é conosco e nos fará prosseguir até a cumprirmos cabalmente, então, poderemos gritar com todo ímpeto: Maranata, ora vem Senhor Jesus!

Por Juvenal Oliveira Netto
Colunista deste Portal

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