Por mais presunçosa e narcisista que uma pessoa seja, se for questionada sobre seus méritos para adentrar ao céu o que você acha que ela responderia? Certamente a maioria delas diria que o que fizeram ainda não foi o bastante para alcançar esse prêmio. Para aqueles que não compreendem as Escrituras, ver alguém afirmar que possui convicção acerca de sua salvação chega a ser considerado uma blasfêmia. Como pode uma pessoa com tantas falhas ter a certeza de que Deus lhe dará acesso ao seu reino? Convido você a adentrar comigo na história de um criminoso o qual fora resgatado de forma espetacular pelo carpinteiro de Nazaré.
Qual seria a sua reação se alguém te dissesse que um homem passou toda a sua vida a margem da sociedade, cometendo pequenos delitos, mas, se arrependeu de tudo isso pouco antes de morrer e conseguiu entrar no céu? Muita gente afirmaria insistentemente que isso seria impossível ou, no mínimo, Deus seria injusto. É um pensamento lógico baseado nas leis que regem as civilizações ao longo dos séculos. O que muitos não conseguem enxergar é que Deus, o criador de todas as coisas, o grande “El Shadday”, reina de forma absoluta e estabelece suas próprias leis. O seu senso de justiça está há anos-luz a frente do intelecto humano. É inadmissível a criatura ponderar sobre a forma de agir do seu criador (Rm 9.20). Quanto à possibilidade acerca da entrada do homem no seu reino, Ele estabeleceu critérios os quais são imutáveis e inquestionáveis.
O Evangelho de Lucas descreve de maneira peculiar o encontro “forçado” entre dois ladrões com Jesus os quais foram levados para serem crucificados com Ele, sendo um posto a sua direita e o outro a sua esquerda (Lc 23.39-43). O evangelista não chega a mencionar sequer os seus nomes, mas, apenas que eram salteadores, motivo pelo qual estavam sendo sentenciados à morte. Um deles zombava do Mestre e foi severamente repreendido pelo outro que, além de reconhecer o seu delito, pediu humildemente para Jesus que se lembrasse dele quando fosse estabelecer o seu reino. A resposta do Filho do Homem para aquele malfeitor arrependido foi: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc 23.43)
Que lições extraordinárias podemos extrair desse encontro inusitado! Para um coração verdadeiramente arrependido jamais haverá barreira que o impeça de alcançar a graça e a misericórdia de Jesus. Não importa o tamanho do delito ou da infração cometida. Os homens são implacáveis, mas, Deus é a essência do amor (Is 1.18). A porta da salvação estará aberta para todos, indistintamente, até o momento do seu último suspiro de vida, não obstante, fechada para sempre após esse momento, por isso, que a Bíblia nos adverte a considerar o “hoje” como se fosse o último dia (Hb 3.7-8, 9.27).
Portanto, a luz das Sagradas Letras, os requisitos para alguém adentrar ao céu não são as nossas qualidades, méritos ou boas obras. Se esses fossem os parâmetros a serem seguidos, ninguém seria capaz de chegar lá, pois, a Bíblia afirma que todos pecaram e foram separados da comunhão com Deus (Rm 3.23). Aqueles dois homens ao lado de Jesus representam hoje as nossas escolhas quando somos confrontados com as boas novas do evangelho. O primeiro, escarneceu e pagará um altíssimo preço por essa decisão néscia. Já o segundo, decidiu crer, se arrepender e alcançou a incorruptível coroa da vida, apesar de possuir um passado tenebroso. Ao sermos colocados diante de Jesus, hoje, qual será a minha e a sua decisão? Não podemos esquecer que essa resposta será crucial para definir onde passaremos a eternidade.
Por Juvenal Oliveira Netto
Colunista deste Portal