Há uma frase de um pensador chamado Gilmar de Freitas Vasconcelos a qual nos chama muito a atenção e ela diz o seguinte: “Nada é tão bom que não possa ser melhorado, qualquer um de nós está sempre em aprendizado. Quando achamos que já sabemos tudo é o sinal que nem começamos a aprender o básico, HUMILDADE”. Não conheço o autor, mas, essa frase se encaixa perfeitamente com o perfil de um personagem descrito por Lucas quando decidiu buscar a ajuda de Jesus pela situação crítica de saúde em que se encontrava sua filha de doze anos (Lc 8. 40-56).
Jairo exercia a função de chefe de uma sinagoga, um lugar reservado pelos judeus para se reunirem com a finalidade de estudar a Torá e prestar culto a Deus. Por certo, conhecia muito bem as Escrituras e seguia rigorosamente os preceitos da lei mosaica. Para chegar à posição de líder, devia dar um bom testemunho de fé diante da comunidade de judaizantes. Tendo em vista que a maioria dos fariseus considerava Jesus um impostor, para ele, como um de seus líderes, tomar a iniciativa de procura-lo publicamente, seria, no mínimo, colocar em xeque toda a sua devoção, liderança e imagem. Jairo estava diante de um grande dilema: correr esse risco e tentar salvar a vida de sua filha ou permanecer com o seu ‘status’ de líder religioso exemplar e perde-la para sempre. Ele decide ir ao encontro de Jesus, deixando sua filha em casa num estado gravíssimo. Havia uma grande multidão em volta do Mestre a qual impedia a sua aproximação. Nesse intervalo de tempo, chega alguém e lhe dá uma triste notícia: “— Tua filha já está morta, não importunes mais o Mestre”. Disseram para ele. Jesus, ouvindo a conversa, resolveu intervir dizendo: “Não temas, crê somente, e ela será salva.” (Lc 8.49-50)
Esse homem nos ensina que vale a pena ir ao encontro de Jesus, ainda que seja necessário colocar a própria reputação em jogo. Quantas pessoas não estão precisando da ajuda de Cristo, assim como ele, mas, existem verdadeiras “muralhas” que os impedem? — O que vão pensar de mim? Serei chamado de fanático, fundamentalista e até mesmo de lunático. Aquele chefe de sinagoga arriscou tudo e não se arrependeu, pois, Jesus viu a sua aflição, se comoveu e foi a sua casa, ressuscitando a sua pequenina. Milhares de testemunhas se unirão a esse religioso, como o som de um grande coral, afirmando, categoricamente: vale a pena arriscar tudo por Jesus!
Com todo o respeito aos profissionais das mais variadas áreas, mas, apesar do vosso conhecimento, experiência e capacidade cognitiva, a última palavra jamais será dos senhores. A palavra humana para aquele pai aflito foi no sentido de desistir, pois, a batalha estaria perdida. Sempre surgirão vozes nos aconselhando a desistir. Jesus lhes ensina que a partir do instante que Ele decide agir, ninguém poderá impedi-lo.
Infelizmente, além dos incrédulos, existia ali uma terceira categoria, a dos zombadores. Quando Jesus adentrou a casa de Jairo havia um grupo de pessoas as quais velavam o corpo. Ele disse que a menina estaria apenas dormindo e a reação deles foi começarem a rir. Gente com o coração totalmente cauterizado, insensível a qualquer sinal a ser emitido por Deus. Hoje, continuam rindo e debochando, mas, no final será choro e ranger de dentes (Mt 13.50). Que encontro revelador!
Por Juvenal Oliveira Netto
Colunista deste Portal