Alguém ousaria mensurar a profundidade do amor de Deus? Na verdade, por mais que nos esforcemos isso seria praticamente impossível. Imaginem o quanto é difícil apenas descrevê-lo com toda a riqueza dos idiomas e dialetos existentes no mundo inteiro, quanto mais medirmos o seu grau de intensidade em relação ao Criador? Dentre milhares de testemunhas, queremos destacar aqui a figura de uma samaritana, a qual foi impactada pelo extraordinário amor de Cristo (Jo 4.1-30).
De acordo com informações obtidas no site “aBíblia.org”, havia na palestina na época de Cristo, aproximadamente, de 25 a 30 mil habitantes. O que o apóstolo João faz questão de registrar é como Jesus demonstrou de maneira muito peculiar a grandeza do seu amor por uma vida em meio a uma comunidade com tanta gente. João afirma que eles estavam na região da Judéia e que Jesus decidiu voltar para a Galiléia. O itinerário mais seguro seria prosseguir pelo vale do rio Jordão, inclusive, essa rota era a mais utilizada pelos judeus, mas, o Mestre resolve seguir por outro caminho, o qual implicaria em passar obrigatoriamente pela província de Samaria. Cansado da viagem, decide parar num poço e lá se encontra com uma mulher e lhe oferece a “água da vida”. Talvez você se pergunte, mas, o que tem de tão especial nisso? Primeiro, Jesus, sendo Deus, não para na fonte das águas apenas porque estava com sede ou cansado. Ele é onisciente e sabia que uma pessoa infeliz estaria naquele exato momento ali, ou seja, ele não se importava apenas com as grandes massas, gastou o seu precioso tempo em evangelizar uma única vida. Segundo, havia uma barreira quase mortífera entre judeus e samaritanos, pois, esses eram considerados imundos porque não haviam guardado a linhagem de Israel, tendo se relacionado com outros povos no passado. Terceiro, ensinou uma mulher, algo que era considerado abominação para os fariseus, chegando ao ponto de afirmarem que seria melhor queimar a “Torá” do que ensiná-la a alguém do sexo feminino. Quarto, essa cidadã deveria possuir uma péssima reputação na cidade, pois já havia se relacionado com cinco homens e mantinha agora um relacionamento ilícito com mais um. Todo aquele que se atrevesse parar para conversar a sós com ela na rua, como fez o Senhor, certamente, teria muitas dificuldades diante de toda a sociedade judaica. Quinto, em nenhum momento Jesus lhe acusa pelos seus pecados, mas, começa o diálogo lhe oferecendo a oportunidade de obter a resposta para todos os seus dilemas, pois, compreendeu que as suas atitudes eram produto de um grande vazio existencial.
Por isso, diante da exposição destes cinco fundamentos supramencionados, podemos afirmar, conclusivamente, que o amor de Jesus por cada um de nós é incomensurável. Fazendo um paralelo com a terceira lei de Newton que diz o seguinte: “a toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto”, diante da ação de amor e carinho demonstrados pelo Messias, a reação daquela samaritana foi: “— Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.” (Jo 4.15). Essa pobre mulher representa toda a humanidade sedenta, ainda que de forma imperceptível, pela água capaz de saciar a alma, assim como, o convite feito por Jesus a ela é ampliado a cada um de nós. Qual será a sua reação diante dele? Lembre-se, que a resposta implicará na sua eternidade.
Por Juvenal Oliveira Netto
Colunista deste Portal