Encontro Notáveis – Série XXI

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Imaginem como seria uma civilização onde não houvesse leis, regras e parâmetros a serem seguidos por cada cidadão? Cada Nação estabelece as suas próprias normas conforme a sua cultura e experiências vividas no passado, sempre no intuito de tornar possível e saudável o convívio entre seus habitantes. Normalmente para cada infração cometida haverá uma consequência específica previamente estabelecida através de critérios amplamente discutidos. Alguns Estados chegam a adotar a pena de morte como punição para determinadas transgressões consideradas mais graves.  Veremos nesse episódio a história de uma mulher a qual se encontrava no corredor da morte, prestes a cumprir sua pena, no entanto, teve seu destino redirecionado através de um encontro com o Homem de Nazaré.

O apóstolo João descreveu um acontecimento marcante envolvendo religiosos e uma cidadã que havia sido apanhada praticando um ato sexual extraconjugal (Jo 8.1-11). As leis mosaicas eram bastante rigorosas para quem cometesse tal delito, ambos deveriam ser mortos (Lv 20.10; Dt 22.22). Os escribas e fariseus levaram-na a presença do Mestre com o objetivo de coloca-lo a prova, pois, se concordasse com o cumprimento da sentença, seria tachado como alguém desprovido de misericórdia, contrariando a base de seus sermões e a sua própria essência. No entanto, se descordasse, seria acusado de incitar a desobediência contra as leis de Deus. A resposta de Jesus para aqueles homens foi a seguinte: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” A reação deles foi unânime. Saíram todos, um por um, permanecendo apenas a mulher que fora generosamente perdoada por Jesus.

Aquela mulher teve sua intimidade exposta e passou por grande constrangimento diante das pessoas, mas, tudo isso era necessário para que ela acordasse a tempo. O pecado deixa as pessoas assim, adormecidas e as vezes é preciso que elas passem por um solavanco.  O Mestre não a perdoou por constrangimento provocado por aqueles religiosos maliciosos, muito menos estava sendo complacente para com o pecado e a lei preestabelecida por Deus através de Moisés. Ele não a condenou porque percebeu que ela havia se arrependido do que fizera. Ninguém o engana, pois, pela sua onisciência divina consegue enxergar as entranhas da alma. O segredo para escaparmos das consequências terríveis do pecado não é outra coisa a não ser através do arrependimento (Rm 6.23; At 3.19). A ênfase dada por Jesus ao se despedir da mulher, “vai e não peques mais”, significa que o seu perdão não pode ser assemelhado a um cheque em branco para pecar, mas, que o verdadeiro arrependimento obrigatoriamente redundará em mudança de hábitos e atitudes. Jesus, diferente daqueles religiosos, não estende o seu dedo acusador sobre a pecadora, mas, a constrange pelo seu amor ao ponto de fazê-la reconhecer por si mesma quanto à necessidade que possuía de lutar por mudanças.

Dessa forma, aquela pobre pecadora não desperdiçou a grande oportunidade que teve de escapar da morte. Teve o privilégio de conhecer alguém com qualidades ímpares que o distinguia de todas as “religiões”. Experimentou um ato de misericórdia e de amor quando todos a sua volta a consideravam um ser ignóbil. Tudo isso só se tornou possível porque Cristo estava presente e se você está terminando de ler esse texto, isso significa que ainda há esperança. Ele não mudou e estará sempre disposto a lhe dar uma segunda chance neste dia que se chama “hoje”.

Por Juvenal Oliveira Netto
Colunista deste Portal

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