Amados, quando leio esta frase “É melhor dar do que receber”, logo penso nas palavras do apóstolo Paulo, quando discursava aos presbíteros efésios em Mileto, em Atos 20.35: “Em tudo tenho mostrado a vocês que, trabalhando assim, é preciso socorrer os necessitados e lembrar das palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar do que receber”. É bem verdade que ele não ouviu dos lábios de Cristo, mas, certamente, recebeu essas preciosas informações daqueles que aos pés do Mestre dos mestres as ouviram. É interessante constatar que essa grandiosa declaração do nosso Senhor não está registrada nos Evangelhos.
Que palavras abençoadoras e desafiadoras. Somos bem-aventurados, isto é, somos agraciados, quando oferecemos algo que beneficia alguém, sem esperar nada em troca! É o exercício pleno da Compaixão e Graça que tanto precisamos intensificar. Em Provérbios 19.17 lemos: “Quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e este lhe retribuirá o benefício”. O nosso Deus conhece as intenções dos corações e tem bênçãos celestiais para os generosos. Como servos de Cristo, precisamos corresponder condignamente com os princípios elementares da nossa fé, proferidos pelo nosso Senhor em Mateus 22.37-39: “Jesus respondeu: Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Ame o seu próximo como você ama a si mesmo”.
É nesse contexto, e em observância ao exemplo do nosso Salvador Jesus, quando em Nazaré citou Isaías 61.1, conforme registro de Lucas 4.18-19: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e proclamar o ano aceitável do Senhor”. Sendo assim, multiplicar discípulos e conquistar a Pátria para Cristo implica levarmos diligentemente a mensagem que Jesus Transforma para todos, atentando para os que estão à margem da sociedade. A Junta de Missões Nacionais tem ações estratégicas para atuar eficaz mente na área de Assistência Social, com a intencionalidade de atender o ser na sua totalidade, biopsicossocial e, principalmente, espiritualmente.
Nos tempos de pandemia, por exemplo, a Cristolândia, um programa de ressocialização no enfrentamento da dependência química para indivíduos em vulnerabilidade social, atuou em nove estados do Brasil, com mais de 40 unidades, vivenciou um aumento exponencial em suas ações de com paixão e graça. Só em Minas Gerais, como alvo da nossa generosidade intencional, em um período pandêmico de 14 meses, realizamos 30.139 atendimentos externos; servimos 9.507 cafés da manhã e 14.206 almoços em marmitas descartáveis; servimos, ainda, 3.731 lanches, 9.136 copos de sucos e 34.933 copos descartáveis com água gelada. Distribuímos para famílias carentes 721 cestas básicas, 250 kits de hortaliças, 52 cobertores e um 1.398 peças de roupas. Atendemos também a população em situação de rua com 140 kits de higiene pessoal e 6.337 máscaras. E, no pleno exercício da nossa intencionalidade, entregamos 1.105 Evangelhos de João e 40 Bíblias.
Na realização das ações de Com paixão e graça da Junta de Missões Nacionais, não bastam as expertises dos missionários no cumprimento do chamado; precisamos contar com as ricas e incessantes orações das que ridas igrejas, as parcerias que sustentam os trabalhos, os voluntariados e as preciosas e fervorosas ações dos Mobilizadores e Promotores, que, com muita fé, amor e resiliência consolidam essa grande obra. É um trabalho de equipe e cooperação, em que cada um sente-se mais bem-aventurado por dar o seu melhor do que recebendo. Dessa forma, a Obra do Senhor tem avançado em nossa pátria, para honra e glória do Senhor Jesus Cristo!
Pr. Otílio Moraes de Castro