Diaconisa Batista transcreve toda a Bíblia em dois anos

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No segundo domingo de dezembro comemoramos o Dia da Bíblia. E o amor pela Palavra de Deus conduziu a diaconisa Dinéia Costa da Paixão a transcrever a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. Nascida no estado do Rio de Janeiro, no ano de 1935, filha de Augusto Costa e Maria Delphin Costa, casada com o diácono Pedro Paulo da Paixão, mãe de dois filhos e avó de quatro netos.

Atualmente, membro da Igreja Batista Bethânia em Sulacap-RJ, enquanto criava seus filhos no caminho do Senhor, a irmã Dinéia sempre alimentou em seu coração o desejo de terminar seus estudos. Quando teve oportunidade, não exitou, ela se dedicou aos estudos concluindo o segundo grau.

Posteriormente, graduou- -se em Serviço Social e cursou Bacharel em Educação Cristã. O entusiasmo por estudar e escrever e a paixão pela Palavra de Deus levaram a serva de Deus realizar um de seus maiores desafios, o de copiar os 66 livros da Bíblia.

Conversamos com a irmã Dinéia, para que ela nos contasse como foi essa singular e rara experiência. A entrevista foi realizada pelo seu neto, Matheus Ferreira da Paixão.

M – Bom dia, irmã Dinéia. Ao copiar toda a Bíblia, a senhora me fez lembrar os escribas e copistas que eram responsáveis por transcrever os manuscritos bíblicos, quando estes estavam em estado de degradação. O que motivou a senhora a escrever os 66 livros da Bíblia?

D – Na minha infância íamos para a Igreja e estudávamos na EBD a Bíblia e as “jóias de Cristo”(folha de papel ofício com lições impressas). Levava para casa e voltava no próximo domingo com a lição estudada. Não faltava nenhum domingo e a caminhada até a Igreja era de mais de uma hora. Não havia rádio, TV, água encanada, energia elétrica nem transporte público. Minha mãe era analfabeta, mas conhecia muito bem a Bíblia e os hinos do Cantor Cristão. Ela me ensinou a amar a Palavra de Deus. Para guardar os textos da lição na minha mente, eu copiava os exercícios duas ou três vezes. Essa foi minha proposta de copiar toda a Bíblia, ir guardando os versículos e aprendendo cada vez mais.

M – Qual a importância da Bíblia para a senhora?

D – A Bíblia é a Palavra de Deus, é Ele falando conosco. Quando lemos a Bíblia com a intenção de aprender, é algo maravilhoso, porque cada mensagem, cada promessa, cada advertência, nos leva a um momento de reflexão sobre como está nossa vida. Ela ajuda a corrigirmos nossos erros quando, com o tempo, mudamos o nosso modo de falar e agir. Ela ilumina nossa mente, muda nossa vida. A Bíblia foi escrita há muito tempo atrás, mas parece que foi escrita ontem, Deus fala conosco hoje.

M – Quanto tempo foi preciso para realizar o feito?

D – Dois anos, de 2009 a 2011.

M – Quantas vezes a senhora já leu a Bíblia?

D – Seis vezes

M – Nessa jornada, quais foram as maiores dificuldades? Surgiu algum “Sambalate” no caminho?

D – Graças a Deus, não. Somente alguns da família sabiam. Eu copiava mais à noite, todos os dias, nem que fosse um capítulo.

M – Quais e quantos materiais a senhora utilizou na escrita?

D – 52 canetas e 11 cadernos.

M – A senhora tem alguma mensagem para transmitir à Igreja de Cristo?

D – Gosto muito de ler e escrever. De 2020 até agora li oito livros evangélicos e o Novo Testamento; comecei pelas 13 cartas do Apóstolo Paulo. O meu conselho é que leiam a Bíblia todos os dias, pelo menos um versículo e orem todos os dias. Alimentamos nosso corpo, mas por vezes esquecemos do nosso espírito.

Sérgio Costa da Paixão, diácono, membro da Igreja Batista Nova Beréia; filho da diaconisa Dinéia; Matheus Ferreira da Paixão, neto da diaconisa Dinéia.

Extraído do Portal CBB

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