“Estou para seguir o caminho de toda a terra. Por isso, seja forte e seja homem” (I Rs 2.2).
Ao ouvir a expressão “seja homem”, a maioria de nós pode interpretar que isto significa o emblema da masculinidade ou uma afirmação para que o menino ou rapaz siga os exemplos do pai. Porém, o texto na sua continuidade explicita o que o rei Davi, já sentindo a proximidade da morte, orienta ao seu filho Salomão. A intenção de Davi é que o seu herdeiro dê continuidade ao trabalho que ele iniciou, no entanto, com pilares mais sólidos, fincados na submissão ao Senhor.
O pai diz ao filho, dentre muitas outras orientações específicas, para ele obedecer ao Senhor, ouvindo com atenção aos santos estatutos que Deus es estabelecera e também para que andasse nos caminhos do Senhor. Que conselhos um pai do porte de Davi dá ao seu filho! Que conselhos nós, pais, damos aos nossos filhos? Que caminhos nós, filhos, temos seguido?
No dia em que comemoramos o Dia do Homem Batista, quero estender aos jovens gamistas e embaixadores do rei, estas sábias palavras do rei ao seu filho, como se lá estivéssemos no lugar de Salomão, com todos os sentidos bem aguçados, olhos arregalados e segurando em sua mão. Deus quer que sigamos estas palavras e que sejamos meninos, jovens e homens que obedeçam ao Senhor e andem em seus caminhos.
Os dias de hoje, diferentes dos dias do príncipe, trazem à superfície de nossas vidas desafios distintos daquelas épocas, mas a palavra de Deus, que é viva e eficaz, serve tanto para nós como serviu a Salomão. Estamos em meio a uma crise sanitária jamais vista, para a grande maioria desta geração, onde e quando palavras bíblicas antes tidas como desconexas e sem uma fácil com preensão do seu significado, passam a ser reais para estes dias.
Textos como o de Eclesiastes (tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter,… Eclesiastes 3.5), para pessoas mais dominadas pelo perfil extrovertido, antes soava estranho, mas hoje se faz bem atual. Há tempo em que devemos nos afastar do abraço, isto é bem simples de entender neste tempo pandémico. A famosa oração de Habacuque, que muitas vezes lemos e ouvimos reflexões nela baseadas, cita uma terra sem alimentos, sem colheita e totalmente improdutiva, mas, ainda assim, o profeta insiste na exaltação a Deus e confirma a sua fé. Isto hoje faz muito sentido ao sabermos que muitas famílias estão sem a provisão mínima para sua alimentação, carecendo de nossa generosidade e cuidados. Somos instados a abrir os olhos e ver tais necessidades, especialmente junto aos nossos irmãos.
Um homem segundo o coração de Deus (I Samuel 13.14) – este título dado por Deus ao pai, pode ter tornado a palavra endereçada ao filho mais desafiadora do que o que seria considerado razoável, numa conversa entre pai e filho. O pai estava transmitindo ao filho, por meio de conselhos e orientações, o que desejava que se cumprisse em sua trajetória como rei e como homem de Deus. Conselho bom deve ser dado, especialmente aos filhos. Um pai, um jovem e um menino, como verdadeiros cristãos, não devem se furtar a dar bons conselhos. O mundo, a sociedade, a família, os vizinhos, os amigos da escola esperam de nós bons conselhos, bom exemplo e palavras que nos aproximem de Deus. Nós temos, baseados na palavra de Deus e na unção do Espírito Santo, os melhores conselhos que alguém poderia pedir. “Não havendo direção sábia, o povo fracassa; com muitos conselheiros, há segurança” (Pv 11.14).
Outro homem que pode nos ensinar muito nesta data especial, em homenagem aos nossos jovens e meninos, é Daniel. Daniel resolveu não se conta minar. (Daniel 1.8). Por decisão própria e correndo os riscos de ser punido com seus companheiros, por desobedecer ao rei, ele preferiu e assumiu a decisão de não se contaminar. Ora, por que um adolescente precisaria se preocupar com a dieta alimentar? Por quê o adolescente ou o jovem precisa se preocupar com o conteúdo que acessa no computador, nos pequenos intervalos de aulas? Ou o adulto com as mensagens pornográficas que poluem sua tela de trabalho, enquanto pesquisa algo de importância para si ou para a empresa?
Nosso Deus é zeloso e requer de nós atitudes que glorifiquem o Seu nome em pequenas e grandes ações. Seria possível justificar algumas atitudes que, de tanto se repetirem, podem ser considera das normais. Esta é uma das pregações malignas deste século, até mesmo em nosso meio cristão, o errado (pecado) é praticado, repetido e defendido para que, em determinado tempo, seja considerado normal.
Daniel, um adolescente assim como nós fomos (alguns leitores ainda tem este privilégio desta linda faixa etária), longe dos pais e da família poderia dis por de algumas “liberdades” e “dar-se ao direito de pecar à vontade!” A chamada libertação da presença dos pais, a distância dos olhares da esposa ou a distância de casa, em razão de estudos em outras cidades ou países, pode ensejar, por motivação maligna ou não, o “fazer o que der na cabeça”, ser levado pelo acaso e se entregar aos desmandos de uma vida desregrada (filho pródigo). Mas, Deus fala ao nosso coração, da mesma forma como falara a Daniel. Somos chamados à santidade, como filhos, como maridos, como pais, onde e em qualquer circunstância nos acharmos.
Há um belo hino, muito cantado pelos coros masculinos, especialmente nestas datas alusivas ao homem batista que nos diz verdades muito especiais: “Deus quer um homem firme na direção, Que diga sim e saiba dizer não Alguém que viva só em retidão, Deus quer um homem que ande em sua luz Deus quer alguém que seja salvo por Jesus!”
Que neste dia especial comemoremos com alegria no coração, o privilégio de ser homem. Homem que obedece ao Senhor. Homem que anda nos caminhos traçados por Deus. Homem que escolhe não se contaminar com as iguarias deste mundo. Homem que seja fiel testemunha de Jesus Cristo! Embaixadores do rei, gamistas e homens batistas, prossigamos firmes e constantes, pois o nosso trabalho, no Senhor, não é vão!
Por Jairo de Souza Peixoto
Coordenador da Secretaria Nacional de Homens Batistas do Brasil