Culpa e Graça

1503

Paulo escreveu sua carta aos cristãos de Filipos enquanto estava na prisão por ordem das autoridades romanas. Estava diante da perspectiva real de uma execução sumária (1.13-14, 21).

A carta de Paulo começa com a sua oração demonstrando grande alegria pelo fato de que os filipenses se mantiveram como parceiros do evangelho da graça, “desde o primeiro dia até agora”.

Os filipenses não abandonaram ou mesmo ignoraram seu apóstolo que estava na prisão, permaneceram ao lado dele. A palavra grega que Paulo usou para falar sobre essa “parceria” da igreja de Filipos com ele foi “koinonia”, frequentemente traduzida por comunhão.

A comunhão entre Paulo e os cristãos era o fruto direto da participação deles “na graça de Deus por meio de Jesus Cristo (1. 7).

A parceria que existia entre Paulo e os filipenses não era uma forma de praticar boas ações e garantir uma posição correta diante de Deus. A parceria entre eles tornava patético e fútil todos os homens que praticavam a sua busca por justiça própria: “Sim, todas as outras coisas são insignificantes comparadas ao ganho inestimável de conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele, deixei de lado todas as coisas e as considero menos que lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e nele ser encontrado. Não conto mais com minha própria justiça, que vem da obediência à lei, mas sim com a justiça que vem pela fé em Cristo, pois é com base na fé que Deus nos declara justos” (Fp. 3. 8,9).

Esse é o evangelho que Paulo pregou, que os filipenses creram, esse é o evangelho da graça de Deus.

Ao proclamar e aceitar este evangelho, tanto o pregador como todos os crentes devem estar dispostos a viver como Cristo viveu e a também sofrer como Cristo sofreu.

Paulo e a igreja de Filipos foram desafiados a manterem sua parceria em meio ao sofrimento: “Pois vocês receberam o privilégio não apenas de crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Filipenses 1. 29).

Não é fácil manter uma parceria em meio a hostilidade e perseguição, mas era essa segundo Paulo, a única maneira de viver de forma digna do próprio evangelho. “O mais importante é que vocês vivam em sua comunidade de maneira digna das boas- novas de Cristo…” (Fp. 1. 27). “Não se deixem intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Isso é um sinal de Deus de que eles serão destruídos, e vocês serão salvos” (Fp 1. 28). “Estamos juntos nesta luta” (Fp. 1. 30).

Convidados e desafiados por Deus a sermos parceiros (koinonia) na proclamação do evangelho da graça, podemos responder de duas formas: – Carregar a culpa junto com todos aqueles que decidem por viver sem compartilhar o evangelho que um dia receberam. – Proclamar a graça de Deus, que livra da culpa, todos aqueles que decidem viver pelo evangelho.

A decisão é sua: Culpa ou Graça!

Pr. Carlos Elias de Souza Santos

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