Criados para o louvor da glória de Deus

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“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”. (Salmos 19:1).

Os Salmos são o hinário de Israel. Deus concedeu esse hinário ao Seu povo para lembrá-los da Sua lei e das maravilhas que Ele fez no meio do Seu povo. As letras dos salmos foram inspiradas pelo Espírito Santo e, portanto, são a Palavra de Deus autenticada pelo selo da inspiração divina.

Esse é um Salmo que conta uma história e tanto! Considere, primeiro, o que ele revela acerca da imensidão do universo. Se viajássemos à velocidade da luz (cerca de trezentos mil quilômetros por segundo ou nove trilhões e meio de quilômetros por ano), levaríamos dez bilhões de anos para chegar ao ponto mais distante que conseguimos ver com um telescópio. Ainda estaríamos longe, porém, dos limites mais distantes do espaço. Hoje em dia, os astrônomos aceitam a possibilidade de que o espaço não tem limites! A terra não passa de um cisco na vastidão ilimitada! Observar o universo é como enxergar apenas um “cisco” da imensa glória de Deus.

O salmo começa nos mostrando como a criação, os céus, o firmamento, o dia, a noite, os astros, as estrelas, o sol, enfim, toda a criação, mesmo sem emitir sons inteligíveis, louvam e glorificam o Senhor Deus, seu criador (vv.1-2). Por toda a terra se ouve o seu louvor a Deus, o seu criador (vv.3-4). Como isso deveria nos deixar humilhados diante de Deus. Nós, os seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus, os únicos seres agraciados com a capacidade de expressar com palavras as maravilhas de Deus, somos exatamente os que muitas vezes negligenciamos o louvor da sua glória.

Neste salmo aprendemos que mesmo que o pecador possa admirar as manifestações maravilhosas da natureza, ele jamais poderá discernir que tais manifestações são um hino de glória ao Senhor. É preciso algo mais da graça de Deus. Por isso, o salmista Davi passa a falar da lei de Deus, a sua revelação especialmente direcionada aos homens, motivo para louvá-lo e glorificá-lo com mais entendimento e mais alegria (vv.7-10).

Ao contemplar a criação, ver e ouvir o seu louvor à glória de Deus, entendendo estas coisas pela lei de Deus, e admirando as suas maravilhas, não podemos deixar de orar ao Senhor, como o salmista Davi, clamando para que ele nos perdoe das faltas ocultas, e que nos livre de ser dominados pela soberba, a fim de que nos apresentemos irrepreensíveis diante de Deus (vv.12- 13). À medida que a Escritura nos revela nosso próprio coração e nos convence de pecados dos quais não estávamos cientes, somos levados a pedir perdão pelas faltas ocultas, faltas que nós e outros desconhecemos, mas das quais Deus sabe. O pecado não deixa de ser pecado só porque não temos conhecimento dele. Portanto, nossa confissão sempre deve incluir os pecados ocultos.

Davi neste salmo foi capaz de identificar o louvor da glória de Deus na criação; ele identificou o louvor da sua glória na lei, e, por causa disso, não deixou de irromper em louvor da glória de Deus, em oração, por saber que Deus era o seu criador e o seu redentor (v.14). Precisamos aprender com o salmista Davi, um servo usado por Deus para nos ensinar, a fim de que possamos orar ao Senhor com intimidade, sabendo que, mais do que os elementos naturais da criação, pelo conhecimento da lei de Deus, e pelo meditar do nosso coração, possamos proferir palavras que sejam agradáveis ao Senhor, palavras que sejam a expressão da verdadeira adoração de pessoas criadas para o louvor da sua glória. Amém!

Pr. Carlos Elias de Souza Santos

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