Somente um coração fervente, abrasado, cheio de fervor, aquecido pode servir ao Senhor e às pessoas com alegria e singeleza de coração como os cristãos primitivos (Atos 2.46). Jesus é o nosso modelo de coração fervente ao afirmar que o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos (Mateus 20.28). Paulo nos ordena a sermos fervorosos de espírito, servindo ao Senhor, nos regozijando na esperança, sendo pacientes na tribulação, perseverantes na oração, compartilhando as necessidades dos santos, praticando a hospitalidade; e abençoando aos que nos perseguem, abençoando e não amaldiçoando (Romanos 12.11-14).
O coração servente, que serve, é um coração transformado e direcionado pelo Senhor. Ele é fruto de um coração fervente, aquecido pelo Senhor, pelo Seu Espírito, na experiência do novo nascimento. A história do cristianismo autêntico está repleta de homens de mulheres que se colocaram nas mãos de Deus para impactarem seus respectivos contextos e ao mundo. Homens e mulheres cheios do amor do Pai, da graça salvadora de Cristo e do poder transformador e vivificador do Espírito Santo. Homens e mulheres cheios do Espírito que fizeram toda a diferença e o genuíno Evangelho chegou até nós.
Nas Escrituras temos alguns exemplos de pessoas que com um coração fervente serviram ao Senhor com profunda consciência de missão. Noé andou com Deus fervorosamente e construiu a arca como um serviço ao Senhor para salvar sua família e os animais. Os patriarcas tiveram profundas experiências com o Senhor e com os seus corações aquecidos, fervorosos, cumpriram a missão de iniciar a nação de Israel. Os heróis da fé de Hebreus 11 nos mostram claramente que eram pessoas fervorosas e serviram ao Senhor e aos de sua época com o amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta; o amor que jamais acaba” (1 Coríntios 13.4-8). Deixaram um grande legado marcado pelo amor, pela fé, generosidade e esperança. Os personagens do Antigo e do Novo Testamentos, que andaram na obediência a Deus, olharam para Jesus, o Autor e Consumador da fé (Hebreus 12.1,2).
Somos chamados a viver com um coração fervente, semelhante ao de Cristo, nosso Salvador e Senhor. Como o salmista nos ordena, devemos servir ao Senhor com alegria e nos apresentarmos a Ele com cânticos (Salmo 100.1,2). Como cristãos, devemos resplandecer como luzeiros no mundo (Filipenses 2.14-16). Jesus nos ordenou a ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-16). Aprecio muito o pensamento de John Blanchard: “Não podemos levar o mundo todo a Cristo, mas podemos levar Cristo a todo o mundo”. O coração fervente é o coração espiritual, amoroso, abnegado, dedicado, consagrado ao Senhor que constrói relacionados marcados pelo caráter de Cristo Jesus. O nosso Pai quer que sejamos filhos e servos fervorosos servindo-O com o coração inteiro. A presença do Cristo ressurreto em nossas vidas é uma presença que nos aquece e arde o coração como aconteceu com os discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24.32). Quantas vezes não percebemos a ação de Jesus Cristo em nossas vidas e nos contextos em que servimos.
Que a nossa oração seja: “Pai, dá-nos um coração fervente e servente para servirmos ao Senhor sendo uma grande benção neste mundo. Que aproveitemos todas as oportunidades para construirmos relacionamentos pautados no Teu amor que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Livra-nos de nós mesmos, dos nossos interesses pessoais, da nossa acomodação ou zona de conforto, e nos dês um prazer imenso em fazermos toda a Tua vontade que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12.1,2). Que tenhamos a fé de Abraão, a persistência de Jacó, a fidelidade de José do Egito, a renúncia de Moisés, a coragem de Davi, a intrepidez de Elias, a abnegação de Ester, o amor de João, a pureza de Timóteo e o espírito evangelístico de Paulo. E, acima de tudo, tenhamos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Filipenses 2.5-9). Desejamos dia após dia ter um coração fervente para agirmos com um coração servente para a Tua glória, Senhor!
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal
