O escritor Robert Browning escreveu: “Envelheçam comigo! O melhor ainda está por vir! ”. Mas o filósofo egípcio Ptah-hotep escreveu: “A velhice é o pior dos infortúnios que pode afligir o homem”. O fato é que o número de casos de depressão e suicídio aumenta consideravelmente na terceira idade. Também é verdade que muitos se consideram realizados e felizes nessa fase de suas vidas.
Abraão foi pai aos cem anos. Moisés iniciou o seu ministério aos oitenta. Com cento e vinte anos, Calebe estava atacando cidades fortificadas e combatendo gigantes. A profetisa Ana conheceu Jesus aos oitenta e quatro anos. E João teve a visão do Apocalipse com mais de noventa. Uma vez que um número cada vez maior de pessoas atinge a terceira idade, é importante identificar as atitudes que podem fazer dessa etapa uma das melhores – ou piores – da vida.
O que se pode afirmar sobre a vida afetiva e emocional das pessoas na terceira idade?
1) Essa é uma época de colheita. Aqueles que escolheram bem suas prioridades não terão muitos problemas afetivos e emocionais na velhice. Se você buscou um relacionamento íntimo com Deus, conferiu utilidade e sentido aos seus dias e cultivou boas amizades, não terá o que temer. A Bíblia já dizia: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento” (Eclesiastes 12.1).
2) Nunca é tarde para fazer boas escolhas e beneficiar-se com os seus resultados. O ser humano sempre é capaz de aprender e de mudar. Existem aqueles que acabam conhecendo a verdadeira felicidade nos últimos anos de suas vidas. Tudo é uma questão de estabelecer as prioridades corretas e adotar as atitudes corretas. A lição do milagre das bodas de Caná é esta: servimos a um Deus que deixa o melhor para o final!
3) A terceira idade traz alguns desafios à vida relacional das pessoas. Por exemplo: a) muitos parentes e amigos morrem, o que pode levar à solidão; b) a mobilidade é reduzida, o que pode dificultar a tarefa de fazer novos amigos; c) as pessoas mais próximas são, frequentemente, mais jovens, o que pode levar a uma barreira de comunicação; d) a falta de paciência de algumas pessoas pode causar tristeza ao idoso.
4) A terceira idade traz alguns desafios à vida emocional das pessoas. Por exemplo: a) as mudanças físicas podem conduzir à depressão; b) um senso de inutilidade pode reduzir a autoestima; c) a falta de estímulos pode tornar a vida aborrecida e desinteressante; d) a sensação de desprezo e abandono pode levar o idoso a se tornar uma pessoa infeliz e amargurada.
Para enfrentar e vencer esses desafios, quem adentra a terceira idade deve adotar certas posturas. São iniciativas construtivas que podem elevar o patamar da vida de “insustentável” para “tolerável” e, daí, para “aprazível”. Essas posturas são:
1) Cuide-se. Os antigos já diziam: “Mente sã em corpo são”. Vá ao médico. Tome os remédios. Cumpra a dieta. Faça terapia. Exercite-se. Procure ler, conversar, viajar e fazer todo o possível para manter o cérebro ativo. Você precisa ser o seu melhor amigo. Quem gosta de si mesmo está sempre em boa companhia!
2) Adapte-se. A vida é feita de mudanças, e ser saudosista não leva a nada. O ninho está vazio? Você se aposentou? A mobilidade diminuiu? Aceite os fatos e procure por novas oportunidades. É como nos ensina o ditado: “O pessimista reclama do vento; o otimista espera o vento melhorar; o realista ajusta as velas do barco”.
3) Relacione-se. A Bíblia diz: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2.18). Isso é verdade em qualquer época da vida. Lembre-se de que antigas relações irão terminar, e que você tem que estabelecer relações novas. Igrejas, clubes de interesse, viagens, trabalhos voluntários e visitas podem ajudar você a não acabar a vida sozinho.
4) Reinvente-se. É hora de fazer uma avaliação – não para estabelecer um veredito, mas para possibilitar uma mudança. Os valores, as crenças, os comportamentos e as prioridades podem passar por uma reordenação. Valorize mais as pessoas do que as coisas, o espiritual do que o material, dar do que receber.
Com a ajuda de Deus, seguindo as suas orientações e aceitando os seus conselhos, é possível ter uma vida emocional e relacional satisfatória na terceira idade. Os anos dourados podem ser os mais gratificantes da vida de um ser humano. Com Cristo, podemos ser felizes na terceira idade!
Pr. Marcelo Aguiar
Colunista deste Portal – Matéria extraída da Revista Comunhão
