Cinco verbos do perdão

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O perdão é a capacidade de relevar a ofensa, zerando a dívida que alguém tinha conosco a partir do amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta; o amor que jamais acaba” (1 Coríntios 13.4-8). O Senhor Jesus nos ensina sempre a perdoar, a tratarmos os outros com amor e não resistirmos ao perverso. O perdão é a capacidade de restaurar relacionamentos quebrados pelo ódio, ressentimento, pela incompreensão, rejeição e inveja. Diante desta realidade, é preciso destacar, na minha limitada compreensão, os cinco verbos do perdão que, certamente, nos ajudarão em nossos relacionamentos. São cinco verbos que devem ser conjugados ou vivenciados diariamente.

O primeiro verbo do perdão é esquecer – É possível relevar o agravo. Quando perdoamos, não mais nos lembramos negativamente do mal que nos fizeram. Este não tem mais preponderância para nós. Não mais nos acompanha. Não é mais peso para nós. É muito saudável liberar perdão. O ato de perdoar está ligado à obra de Cristo na cruz e ressurreição. Lá da cruz, Ele nos perdoou quando declarou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. Então repartiram entre eles as suas roupas, tirando sorte sobre elas” (Lucas 23.34). O perdão de Jesus é incondicional. Esta é a base para relevarmos a ofensa. O que isto significa? Quando estamos crucificados com Cristo perdoamos com o Seu perdão. Esquecemos a ofensa e lembramos sempre de amar a pessoa que nos ofendeu. Esquecer o agravo e lembrar sempre de amar o próximo com o amor do Senhor. Alguém disse: “Perdoe ou pereça”.

O segundo verbo do perdão é encorajar – Devemos sempre encorajar, motivar os que nos ofenderam. Todos aqueles que foram perdoados, recebem uma palavra de encorajamento. Na verdade, o próprio perdão é um encorajamento para restaurar o ofensor. O Senhor, pelo Seu Espírito, é o nosso encorajador sempre. Ele está perto, muito perto, de todos os que O invocam e o fazem em verdade. O encorajamento renova as forças e ajuda na caminhada cristã. Ajuda-nos a não repetir o erro. O Senhor Jesus disse à mulher que foi pega em flagrante adultério: “Vai e não peques mais” (João 8.11).

O terceiro verbo do perdão é restaurar – O Senhor é especialista em restaurar. “Ele dá força ao cansado e fortalece o que não tem vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços cairão, mas os que esperam no Senhor renovarão suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; andarão e não se fatigarão” (Isaías 40.29-31). Experimenta restauração quem crê na suficiência de Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor. Uma pessoa alquebrada pelo perdão é restaurada em Cristo Jesus. Foi assim com o filho chamado pródigo. Ao voltar para casa arrependido, o pai o recebeu com amor, dizendo aos seus servos:” Trazei depressa melhor roupa e vesti-o; ponde-lhe o anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também o melhor bezerro e matai-o; comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; havia se perdido e foi achado. E começaram a se alegrar” (Lucas 15.21-24). Esta é a atitude do Deus de amor que nos perdoou e nos salvou em Cristo Jesus.  Onde o perdão é liberado, a restauração, o amor, a alegria, a paz e a humildade são abundantes. O perdão é um remédio eficaz na cura de relacionamentos doentios. É a reconstrução da ponte destruída pela ira, pela amargura e pelo ódio.

O quarto verbo do perdão é desafiar – A pessoa que perdoa e a perdoada devem andar juntas no projeto de Deus de viverem relacionamentos saudáveis para o testemunho do evangelho. O Reino de Deus é um reino de amor e perdão; graça e misericórdia; verdade e justiça.  Quando aceitamos o desafio do perdão, nós crescemos. Desafiar é motivar, buscar a excelência, vencer limites e atingir o alvo com consciência de missão. Aquele que perdoa e o que é perdoado são desafiados a sempre agirem com o amor de Cristo.  O desafio é duplo: pedir perdão e perdoar. Jesus ensinou a grande verdade de perdoar 70X7. Muito além da tradição e do legalismo. A pessoa que experimenta o perdão tem sempre o desafio de perdoar.

O quinto verbo do perdão é quebrantar – Quando se perdoa e se recebe o perdão acontece o quebrantamento. O Senhor não despreza o coração quebrantado e contrito. Esta foi a experiência de Davi quando pecou e foi confrontado pelo Senhor através do profeta Natã. O Salmo 51 é uma preciosa peça de arrependimento e confissão do rei Davi a Deus.   A pessoa cujo coração é íntegro, que reconhece o seu pecado em profundo arrependimento, agrada ao Senhor. O Senhor não despreza um coração quebrantado e contrito (Salmos 51.17). Para que haja perdão, as pessoas envolvidas devem estar humilhadas diante de Deus. Alquebradas por sua condição comum diante de Deus.

Esses cinco verbos do perdão fazem parte do vocabulário do cristianismo autêntico. O amor é o oxigênio do Reino de Deus (Romanos 12.9,10). Ao conjugarmos o verbo amar, o perdão é uma resultante natural. Só perdoa verdadeiramente quem conhece o amor de Cristo, Aquele que nos perdoou na cruz (Lucas 23.34). Crucificados com Ele, perdoamos incondicionalmente. Fomos perdoados para perdoarmos sempre. Na oração do Pai Nosso, o Senhor Jesus nos ensina: “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6.12). Paulo, o apóstolo, nos ensina: “Pelo contrário, sede bondosos e tende compaixão uns para com os outros, perdoando uns aos outros, assim como Deus vos perdoou em Cristo” (Efésios 4.32). Então, vivamos os verbos do perdão que vem de Deus. 

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal    

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