“A fim de que todos sejam um. E como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti, também eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. (João 17.21).
Devido a posição privilegiada dos discípulos como receptores da revelação da obra realizada por Jesus Cristo, bem como sua responsabilidade como anunciadores dessa obra, Jesus realiza uma intercessão sacerdotal de louvor e petição ao Pai pelo ministério de seus discípulos. Jesus solicita ao Pai sua intervenção na vida dos discípulos, para que futuros crentes experimentem unidade e amor de modo que o mundo reconheça que Ele foi enviado pelo Pai (17.20–26).
A UNIDADE PELA QUAL JESUS INTERCEDE É DE UMA NATUREZA DEFINITIVAMENTE ESPIRITUAL. Na verdade, Pai, Filho e Espírito Santo são um em essência; os crentes, por outro lado, precisam ser um na mente, esforço e propósito.
A oração foi pela unidade entre os cristãos, mas dessa vez estava em vista a salvação de pecadores. A unidade pela qual Cristo orou não era uma questão de unidade externa da Igreja. Antes, era uma unidade baseada na semelhança moral. Ele orava para que cristãos pudessem ser um ao exibir o caráter de Deus e de Cristo. Isso é o que faria o mundo crer que Deus o enviara. Essa é a unidade que faz o mundo dizer: “Vejo Cristo nesses cristãos como o Pai foi visto em Cristo”.
UNIDADE PELA QUAL JESUS INTERCEDE, PRESERVA E RESPEITA AS DIFERENÇAS. Ela é caracterizada pela liberdade e integralidade, mediante uma preservação nítida e intencional das diferenças. Jesus pode afirmar: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30). Ainda assim o Filho continua sendo integralmente aquele que espera, roga e obedece, ao passo que o Pai é totalmente aquele que envia, ordena, atende e concede. Porém justamente nessa distinção vive o amor que une o Pai e o Filho. É assim que Jesus deseja a unidade de sua igreja.
OS DISCÍPULOS JAMAIS POSSUEM ESSA UNIDADE EM SI MESMOS, EM SUA PRÓPRIA FORÇA DE COMUNHÃO OU EM SEUS LAÇOS DE AFETO PESSOAIS. Somente “em nós”, como as varas conectadas na videira, eles também possuirão a unidade uns com os outros. Desse modo, porém, eles também a possuem de fato. Essa unidade não é importante apenas para os discípulos em si, mas possui um significado crucial para seu serviço. Ela se torna testemunho eficaz: “para que o mundo creia que tu me enviaste”.
QUANTA RESPONSABILIDADE REPOUSA, PORTANTO, SOBRE A IGREJA DE JESUS! O mundo anseia consciente e inconscientemente por unidade genuína, por comunhão real. Quando ele constata nos discípulos de Jesus que a unidade e a comunhão livre e plena estão sendo vividas com amor abnegado, a fé de que o Criador desse tipo de irmandade de fato é enviado por Deus pode irromper livremente no mundo. Inversamente, porém, toda a desunião dos discípulos dificulta a fé em Jesus. O envio de Jesus parece ser refutado quando a mesma desunião e o mesmo desamor que o mundo conhece de sobra predominam em Sua igreja.
Lutemos por nossa unidade como igreja, ela é fundamental para a obra de evangelização e de anunciação de Jesus Cristo.
Pr. Carlos Elias de Souza Santos