Nos primeiros meses desta pandemia, uma iniciativa de parte da população italiana me emocionou: alguns moradores penduraram cestas com comida nas cercas e nos postes próximos de casa para ajudar os moradores de rua ou aqueles que estivessem em pior condição, necessitando de ajuda.
Aqui em nossa terra, soubemos de pessoas – não poucas, por sinal – que durante a crise, pagam ou pagaram suas diaristas, mesmo não podendo elas comparecer ao trabalho.
O coronavírus está deixando evidente que o dinheiro não é tudo; e que é necessário aprender a compartilhar. Foi preciso um vírus microscópico vir e ensinar pra gente que as palavras de Jesus, em Mateus 4.4, são mais do que uma citação fria do Deuteronômio; bem mais que poesia e ficção. Jesus refutou Satanás com uma definição indireta do que seja religião: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
O coronavírus chegou pra mostrar para a gente que estas palavras não são poesia admirável mas impraticável, fruto de uma cabeça alienada. De repente, a gente começa a perceber que não há mesmo muito sentido em viver correndo desenfreadamente daqui pra ali e de lá pra cá, atropelando as pessoas, sacrificando o sono, penalizando a família, destruindo o casamento e a saúde, e até deixando de lado o Reino de Deus. Quem foi que disse que viver é acumular? Foi preciso um ente microscópico desembarcar no cotidiano da gente pra dizer: “Ei, você está tendo uma overdose de pão; se continuar assim, não vai conseguir nem sair do lugar”.
A tentação a que muitos sucumbem é a de achar que o homem viverá só de pão, que a vida é só dinheiro. Concordemos que não é possível viver sem “o pão nosso de cada dia”, pelo qual devemos orar e agir. Mas transformá-lo na meta máxima da vida revela tristíssima ausência de Deus! Amigo, pare, aquiete-se, aproxime-se da Palavra de Deus e dela beba sem moderação.
Pr. João Soares da Fonseca