A queda da humanidade. O que é isso?

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Hoje vamos pensar um pouco sobre os seres humanos e a “Queda”. Para fazer isso precisamos olhar detalhadamente para o primeiro pecado humano e suas graves consequências na vida de todas as pessoas em todas as épocas. Precisamos muito perceber a gravidade do pecado e as consequências trágicas que ele traz para a vida humana. Somente quando compreendermos as consequências do pecado em nossa vida diária compreenderemos a importância de sermos restaurados à imagem de Cristo e poderemos influenciar nossa igreja e nossa sociedade segundo o propósito de Deus.

I. Criados à imagem de Deus – Gênesis 1.26 relata a deliberação de Deus para criar o ser humano à sua imagem e semelhança. Embora dois termos sejam usados (“imagem” e “semelhança”), não há diferença de significado entre eles, de modo que “à nossa imagem” é uma expressão equivalente a “conforme a nossa semelhança”. Podemos perceber que estas palavras são usadas de modo intercambiável, isto é, uma é equivalente à outra e é possível usar uma pela outra.

Podemos ver no texto que o domínio sobre a criação é um dos aspectos da imagem de Deus. A criação do ser humano como homem e mulher também é um outro aspecto da imagem de Deus.

Quando o ser humano foi criado, não havia nele nada de mal, nenhuma mancha, nem uma falha. Não havia nenhum tipo de pecado nem de contaminação ou impureza: ele era perfeitamente puro, santo e bom.

Depois que o primeiro pecado foi cometido, a imagem de Deus no ser humano foi contaminada, manchada, distorcida. O ser humano caído ainda é um portador da imagem de Deus, mas esta imagem está fora de foco, manchada e contaminada.

Portanto, há um sentido em que ele ainda é um portador da imagem de Deus e um sentido em que esta imagem precisa ser restaurada. Esta restauração é realizada por Cristo, que é “a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15).

II. O conhecimento do bem e do mal. Embora tenha criado o ser humano perfeito à sua imagem e semelhança, foi decisão de Deus colocar a humanidade no exercício da liberdade. Como parte de sua relação com Deus, Adão recebeu um mandamento que tinha o objetivo de provar sua fidelidade. O texto bíblico não nos permite pensar que houvesse algo de especial no fruto proibido (Gn 2.16-17) e não nos diz que fruto foi esse. Isso acontece porque o foco da narrativa não é o fruto em si, mas a prova que girava em torno dele. O objetivo da narrativa do primeiro pecado é mostrar onde foi que o ser humano caiu. Ele foi criado por Deus santo e perfeito. O primeiro pecado provocou a sua queda deste estado de santidade e perfeição.

Violando o mandamento de Deus e comendo do fruto do conhecimento do bem e do mal, o ser humano se faria semelhante a Deus no sentido de julgar por si mesmo o que era bom e o que era mau. O grande pecado foi a tentativa humana de seguir sua vida sem ter que depender de Deus para saber o que é certo e o que é errado. A violação do mandamento do jardim foi uma tentativa humana de se manter sobre seus próprios pés e seguir seu próprio caminho, independente de Deus.

O ser humano, criado à imagem de Deus, era perfeitamente bom, mas o pecado causou danos à imagem de Deus nele, manchando-a e contaminando-a. Esta contaminação da imagem de Deus é a herança terrível com a qual todos temos que lidar. A grande mensagem do evangelho é que “assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.22).

Pr. Carlos Elias de Souza Santos

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