Uma característica pouco celebrada
De maneira correta, nós celebramos a autoridade, a credibilidade e a suficiência da Escritura. Entretanto, há uma característica que subestimamos: sua eficácia. Por “eficácia”, eu simplesmente me refiro a habilidade de se alcançar um objetivo proposto.
Provavelmente, a afirmação mais clara sobre a eficácia da Escritura se encontra em Isaías 55.10-11: ‘Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.’
Essa é uma poderosa declaração sobre a eficácia da Palavra de Deus, que provê argumentos suficientes para uma profunda convicção no coração de cada pregador fiel. Sem essa convicção, um pastor irá se questionar e duvidar regularmente da utilidade de sua pregação. Entretanto, com essa convicção plena, um pastor terá muitas razões para perseverar em sua exposição fiel e regular da Palavra de Deus.
O que a Palavra de Deus é e o que ela faz
Pense nas imagens que a Bíblia usa para falar sobre a Palavra de Deus. Ela é como uma espada (Hb 4.12) e como um martelo (Jr 23.29). Essas imagens evocam uma eficácia poderosa. Até mesmo as imagens menos agressivas da chuva (Is 55.10) e da semente (Mc 4.14) falam de sua eficácia. Agora pense em tudo que a Bíblia diz que a Palavra de Deus pode fazer.
Ela traz fé. “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.” (Rm 10. 17);
Dá nova vida espiritual, “pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.” (1Pe 1. 23); ·
Ela nos ajuda a crescer. “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1Pe 2. 2); · Ela nos santifica. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17. 17);
Ela busca e julga. “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12);
Ela liberta. “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:31-32);
Ela nos renova e revigora. “A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra” (Sl 119. 25);
Reaviva nossas almas e alegra nossos corações. “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos” (Sl 19. 7-8).
Essas são todas as ações que a Bíblia afirma que a Palavra de Deus pode fazer em nossas vidas. E há muito mais! Por isso, é de se admirar que Davi diga: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore” (Sl 1. 1-3)? É algo incrível saber que Deus ordenou que a pregação fosse o meio principal pelo qual sua poderosa Palavra teria efeito nos seres humanos (cf. 2Tm 4. 2).
O que está em jogo
Há tantos elementos em jogo em nossa pregação. A vida das pessoas está em jogo. As pessoas estão perdidas, alienadas de Deus e desesperadamente necessitadas de ouvir a Palavra salvadora de Cristo. A saúde da igreja de Cristo está em jogo. O povo de Deus precisa desesperadamente da instrução e do encorajamento que vem da Palavra de Deus. Quando Deus disse a Ezequiel: “Podem estes ossos viver?”, não parecia muito promissor. Contudo, Deus o instruiu a pregar, e o resultado foi absolutamente maravilhoso. (Leia esse maravilhoso relato em Ezequiel 37.1-14. Preste muita atenção na última linha).
Há algumas palavras encorajadoras, particularmente, encontradas nos primeiros capítulos de Deuteronômio. De forma significante, essas palavras são repetidas pelo próprio Jesus: “não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem” (Dt 8. 3; Mt 4. 4). Não perca isso de vista. O homem vive pela Palavra de Deus!
Por Joe Rigney – Adaptado – Pr. Lucas Rangel.