Sempre que pensamos em Jonas nos vem à memória a história que aprendemos quando crianças sobre esse profeta conhecido como o profeta fujão, que foi engolido pelo peixe depois que não obedeceu a ordem de Deus para ir a cidade de Nínive. O livro de Jonas tem apenas 4 capítulos.
Capítulo 1 – Jonas dá as costas ao Senhor quando ele desobedece.
Capítulo 2 – Ele está, podemos dizer, de joelhos nas entranhas do peixe quando faz a sua primeira oração.
Capítulo 3 – Jonas está de pé, ele se arrepende, Deus o coloca de pé e o chama para ir a cidade de Nínive. Esta cidade era conhecida pela sua crueldade, era um povo muito mal. Por que será que Jonas resistiu tanto para ir pregar naquela cidade?
Porque ele tinha certeza da graça e da misericórdia de Deus, sendo ele mesmo prova viva desse amor incondicional que sempre nos oferece uma segunda chance.
Jonas então chega naquela cidade e anuncia uma mensagem de juízo, e o teor da sua pregação era: dentro de 40 dias Nínive será destruída. Em momento algum ele pregou que Deus é um Deus que perdoa e que ama. E, para tristeza de Jonas aquele povo se arrependeu. Nunca vi um pregador da palavra de Deus se entristecer quando um pecador se arrepende.
Quantas vezes nós agimos assim? Nos entristecemos com o que Deus gosta e aprova? Não nos alegramos na palavra e nos alegramos com o pecado?
O principal personagem do livro de Jonas não é Jonas, é o próprio Deus Soberano, misericordioso, que exercita juízo e graça, trazendo salvação para Jonas e para aquele povo, ou seja, Deus salva quem eu quero e quem eu também não quero. E aqueles que dependessem de mim, estariam condenados ao inferno. Não é assim, irmãos? Deus não atende aos meus caprichos.
Capítulo 4 (leia o capítulo) – Um homem que ora para reclamar de Deus.
A misericórdia de Deus deixou aquele homem extremamente irado, e a segunda oração de Jonas foi: “E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso é que me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver.”
O Senhor então o questiona: “Fazes bem que assim te ires?”. Jonas não responde. Quantas vezes eu e você ficamos em silêncio diante de um chamado do Senhor? Jonas então sai da cidade e vai para a parte oriente, ali faz uma cabana e senta-se debaixo dela, até ver o que aconteceria com a cidade. De camarote, ele estava esperando que descesse fogo do céu e consumisse aquele povo.
O Senhor então fez nascer uma planta, que subiu por cima de Jonas para que fizesse sombra à sua cabeça, a fim de o livrar do seu cansaço. E Jonas muito se alegrou, pois era um homem que só pensava nele. Então, Deus mandou um verme que destruiu aquela planta e Jonas chorou pela morte da planta e pede para morrer.
Ele sentiu compaixão de uma planta. Jonas, um homem que amava mais as coisas do que as pessoas.
O que eu e você temos amado? O que você ama? O seu carro, a sua casa, a sua conta bancária, o seu celular da “maçã” de última geração?
A Igreja de Deus é desafiada a amar PESSOAS! No último versículo do capítulo 4, Deus confronta Jonas e ele mais uma vez não responde: “E não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive onde estão mais de 120 mil pessoas que não sabem discernir entre a mão direita e a esquerda, e também muitos animais?”
Com o que eu e você nos importamos? O que tem valor para mim e para você? É o nosso luxo? A nossa “hora de sombra”?
Se o que Deus ama não toca o meu coração, EU SOU UM JONAS.
Que o Senhor trate a mim e a você, nos ensinando a amar o que Ele ama.
Que possamos investir o melhor que nós temos, do nosso tempo, dos nossos recursos, dos nossos dons e tudo que Ele colocou em nossas mãos. Para alcançarmos aqueles por quem o Senhor morreu, e que nos alegremos em fazer a sua obra.
Por: Siméia Ataíde