“Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos.” (Romanos 12.16)
E então, como você tem se saído nessa nossa caminhada sobre a liturgia da vida cristã? Alguma coisa nova você aprendeu? Nova talvez não. Afinal, tudo dito até aqui está dito há pelo menos dois mil anos. Claro, mas pode ter sido novo para você. O mais importante porém é: há algo mudando em você no que diz respeito ao modo de viver e expressar sua fé? Isso é o que eu mais quero em mim. Confesso: estou cansado da fé que tenho tido. Não me refiro às afirmações das Escrituras, mas ao modo como aprendi a me relacionar com elas, a minha incompetência em vivê-las. Quando leio Romanos 12 percebo o quanto estou atrasado nas lições da fé cristã, lamento. Se quer saber, quanto a mim declaro mima lentidão em melhorar. Jamais julgaria você, caso também se declare lento. Creia: sou mais que você e cada dia cansa-me perceber um crescimento tão lento. Entendo bem o que é saber o que é certo e ser fraco em faze-lo.
Os ensinos desses dias falam muito sobre relacionamentos. O de hoje nos chama a ter a mesma atitude, uns para com os outros. A ideia é simples: que nos tratemos com igualdade, com o mesmo respeito e carinho. Se para a sociedade o fato de ocuparmos posições é o que nos diferenciam, em nossa fé essa diferença não conta. Somos todos iguais. Temos o mesmo valor e somos dignos do mesmo respeito e cuidado. Pense comigo: a igreja lá no primeiro século, era parte de uma sociedade ainda mais desigual que a nossa. Imagine como era revolucionária essa orientação. Escravos e livres, pobres e ricos, judeus e gentios, homens, mulheres e crianças era igualados em valor em Cristo. As vezes, tenho a sensação que fora da igreja há mais igualdade que dentro. Espero estar enganado.
A sociedade humana orienta-se pelas diferenças, é o que costumamos afirmar e em grande parte acontece mesmo. Ela abriga preconceitos e produz abusos. O poder, seja de que tipo for, torna-se um perigo em nossas mãos. E na igreja como é ou como deve ser? A natureza da igreja tem a ver com o Reino de Deus. E nele as coisas são diferentes e isso deve guiar a igreja. O poder é para servir, a riqueza é para repartir e os mais fortes devem apoiar, suportar a caminhada dos mais fracos. Não deve haver juízes instituídos entre nós. Devemos ser pacificadores, reconciliadores, acolhedores. Devemos todos ser diáconos, serventes. Lembro-me das “diaconisas” da escola primária em que estudei. Elas preparavam nosso lanche e limpavam nossas salas, o pátio, os banheiros. Tudo estava pronto para ser útil por causa delas. Sem elas tudo seria muito mais difícil. Essa é a ideia!
Há uma sabedoria ofertada a todo que teme ao Senhor (Pv 1.7). Mas ela não é do tipo que nos leva a pensar que somos melhores, maiores ou mais importantes que outros. Ela não alimenta em nós orgulho, vaidade ou presunção. Não inspira um estilo de vida egoísta, autocentrado. Não faz do outro alguém com quem competimos. Se somos cristãos, somos parte de algo maior que nós. A sabedoria que recebemos é para vivermos mais unidos, como iguais. Com relacionamentos marcados por respeito, humildade e dedicação. Temos aprendido isso?! Em que você pode melhorar hoje? Vamos nos esforçar e nos apoiar nessa jornada litúrgica existencial. Que sua liturgia honre a Deus hoje.